Seturn diz que paralisações são arbitrárias e confirma colapso do sistema

11 de Maio 2020 - 13h27
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O consultor técnico Nilson Queiroga, do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros por Ônibus de Natal (Seturn), disse que as constantes paralisações de ônibus promovidas pelo Sintro são arbitrárias. Segundo ele, elas estão acontecendo contrariando a lei de greve, de modo que a população não é avisada, nem as empresas.

"Além disso existe decisão judicial proibindo o Sintro de promover paralisação das empresas de ônibus. Tem decisão neste sentido, mas infelizmente está havendo estas arbitrariedades, contrariando decreto estadual de não promover aglomerações, e é preciso que as autoridades de Natal tomem urgentemente providências para evitar estes abusos no transporte coletivo de Natal", salientou.

Nilson Queiroga disse também que estas paralisações de ônibus promovidas pelo Sintro-RN vêm confirmar o alerta que o Seturn faz há bastante tempo, que o sistema de transporte por ônibus caminha para o colapso se nenhuma atitude for tomada pela Prefeitura Municipal de Natal.

"Logo no começo do ano o Seturn apresentou laudo técnico mostrando que a tarifa de Natal vinha sendo calculada errada desde 2016. E que os erros totalizaram um prejuízo acumulado dos exercícios de 2016, 2017, 2018 de R$ 92 milhões. A Secretaria de Transporte de Natal reconheceu que o cálculo estava errado, reajustou a tarifa no final de fevereiro deste ano para R$ 4,35. Foi decretado este reajuste. E no dia seguinte o prefeito de Natal, Álvaro Dias, ouvindo os estudantes, revogou o decreto prometendo compensações. O que se esperava que ele pelo menos retirasse o ISS na aplicação sobre a tarifa. E nada disto foi feito", relembrou Nilson Queiroga.

Com a pandemia, Nilson Queiroga lembra que a prefeitura decretou a limitação de 30% da frota em operação e o transporte de passageiros apenas sentados, o que aumentou o prejuízo das empresas. Logo no dia seguinte exigiu mais 46 reforços para garantir o transporte dos passageiros apenas sentados. Atualmente o sistema trabalha com uma frota de 45% dos ônibus para transportar apenas 30% do que se transportava em dias normais.

De acordo com Nilson Queiroga, diante desta crise e da omissão da prefeitura de Natal, através da Secretaria de Transporte, as empresas de ônibus não têm como arcar com seus compromissos. "Estão com seus salários atrasados, foi negociado para terminar de pagar os salários de abril no dia 15 de maio e não tem como garantir a data-base dos trabalhadores em 1º de maio. Até abril as empresas pagaram os benefícios, mas já comunicou ao Sintro que a partir de maio não tem como garantir estes benefícios que eles estão cobrando e exigindo", disse.