Parceria com a Shein, intermediada pela Coteminas, segue sem avanço

17 de Dezembro 2023 - 06h39
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Quase seis meses após a parceria firmada entre a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) e a varejista global de moda, a Shein, a interiorização da produção no Rio Grande do Norte ainda é tímida e sem perspectivas de avanço. Segundo donos de oficinas do Pró-Sertão, contempladas pela parceria, não há novidades desde a entrega das peças ‘piloto’ para a Companhia. Conforme o secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (Sedec/RN), Silvio Torquato, apesar da Coteminas representar a ‘âncora’ da Shein no Brasil, resultados significativos ainda não são observados. No Seridó Potiguar, enquanto isso, um consórcio desponta na produção com a varejista chinesa.

Segundo o titular da Sedec/RN, embora o Estado tenha finalizado seu papel na atração do investimento e como interlocutor, a Coteminas não concretizou a parceria junto às oficinas de costura. Por conta disso, ainda não há resultados expressivos dessa relação para o estado, seja por meio de abertura de novos empregos, ou geração de renda. Ao todo, na primeira etapa de produção, quatros empresas localizadas em Macaíba, Cerro Corá, Lajes e Acari foram contempladas.

Até o momento, mesmo que contatos iniciais tenham sido feitos, não ocorreram produções em larga escala. A Coteminas disse que o assunto está suspenso até 2024. Desde agosto deste ano, a empresa também tem sido pauta em razão de atrasos salariais, cortes de benefícios sem aviso prévio e falta de pagamento de direitos trabalhistas a ex-funcionários.

Silvio Torquato esclarece que a Sedec, por sua vez, não tem informações sobre os fatores que podem estar influenciando nas dificuldades para iniciar a produção para a empresa chinesa de e-commerce. No que se refere ao panorama de atrasos salariais pela Coteminas e se isso pode atrapalhar o avanço da varejista global no Estado, ele adverte que tratam-se de questões ligadas à relação entre empresários e que fogem do papel da Secretaria. “Nós nos mantemos vigilantes e, no caso de alguma necessidade do Governo, intervimos”, ressalta.

Se, por um lado, a parceria com a Shein não tem dado retornos, por outro, o titular da pasta destaca que a concentração da produção da Guararapes no Rio Grande do Norte ampliou em 3 mil o número de empregos diretos pela fábrica. Desde o fechamento da unidade em Fortaleza, em janeiro deste ano, o quadro de funcionários passou de 6 para 9 mil pessoas contratadas. Além disso, por meio de oficinas de costura, a empresa gera 4.500 empregos diretos, fora os indiretos.

Com informações de Tribuna do Norte