"Não sou a favor da privatização da Potigás", diz Larissa Dantas

15 de Janeiro 2020 - 11h01
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A presidente da Potigás, Larissa Dantas Gentile, defende o desenvolvimento do mercado livre de gás no Rio Grande do Norte e antecipa, em entrevista à Epbr, que a expectativa do governo é aprovar um projeto de lei este ano que permita a aderência do estado ao Novo Mercado de Gás.

"A Potigás que dê seus pulos para atender melhor o cliente, que não teve preço competitivo para vencer aquela concorrência. Como Potigás, estamos preparando equipe nesse sentido para o real mercado. Não podemos ter a hipocrisia de criticar a Petrobras por ser monopolista e, por outro lado, querer que a gente fique sozinho", destacou.

A executiva, que assumiu a estatal em fevereiro de 2019, não vê necessidade de privatizar a Potigás. "Eu não sou a favor da privatização da Potigás, porque estou dentro e vejo o trabalho, como um vetor de desenvolvimento, e, modéstia à parte, a equipe é muito boa".

 Larissa Gentile também fala sobre as negociações que levaram a redução de 10% no preço do gás natural no Rio Grande do Norte e as expectativas para entrada de novos produtores no estado.

“A expectativa de redução futura se dá principalmente por essa entrada de novos fornecedores nos campos produtores, nos campos maduros, que foram desinvestidos pela Petrobras, como por exemplo o Riacho da Forquilha, adquirido pela Petrorecôncavo [Potiguar E&P] e a área de Macau, adquirira pela 3R [Petroleum]”, explica a executiva.

Em 2019, a companhia conseguiu, por meio de renegociações com a Petrobras e com a chamada pública aberta para contratar gás natural, dua reduções consecutivas de 2,8% e 7%, entrando em 2020 com quase 10% de desconto no combustível.

Essa negociação envolveu a redução do despacho, dada a queda na demanda por gás natural no estado – em 2018, a Potigás consumiu, em média, 318 mil m³/dia, caindo para 295 mil m³/dia até outubro de 2019, uma redução de 6,8%. A companhia não tem demanda termoelétrica.

“Conseguimos ir na Petrobras, conversar e habilitar nosso contrato para que a gente não pagasse a multa e os consumidores não pagassem esse pato. Foi engenharia financeira, com um trabalho de equipe alinhada, em o que estamos chamando aqui de uma “guerra contra o preço do gás”, afirma.