Isolamento social põe em risco 34 mil empregos no setor de academias no RN

26 de Maio 2020 - 03h27
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O isolamento social imposto no Rio Grande do Norte como medida para combater o avanço do novo Coronavírus está colocando 34 mil empregos em academias sob ameaça. A estimativa é do presidente da Associação de Academias do RN, José Mário Novaes da Silva, que participou nesta segunda-feira (25) da reunião da Comissão de Enfrentamento ao Coronavírus da Assembleia Legislativa, que se reuniu por webconferência.
 
“Estamos há 67 dias em lockdown financeiro, sem entrar nenhum recurso. São 1.160 academias registradas, 10% dessas de grande porte, o restante é médio e pequeno porte, que vivem situação dramática, que não tinham fluxo de caixa. Já tem relato de professores vendendo equipamentos para sobreviver, são 34 mil empregos diretos e indiretos que esse setor fornece. Hoje está tudo parado”, disse José Mário.
 
O empresário disse que apresentou um plano de retomada para as academias ao governo do Estado, dentro de um projeto mais amplo idealizado pela Federação das Indústrias do RN (Fiern), que envolveu todas as atividades econômicas. “O governo do RN aceitou, mas não deu previsão e estamos vivendo um drama”, lamentou. José Mário relatou que muitos dos professores de academia são de origem humilde e que estão na dependência do auxílio emergencial pago pelo governo federal de R$ 600,00.
 
Na proposta apresentada pelas academias ao Governo do Estado foram incluídos 31 itens em comum acordo com a Fiern, “em alguns pontos até de forma mais rígida”. Entre as medidas, os empresários do setor propõem limitar a quantidade de alunos por horário dentro das academias, definir horários de fechamento durante o dia para a completa limpeza do local, limitação de 1 hora para a permanência dos alunos, proibição de espaços de convivência e a disponibilização de álcool em gel de forma permanente. “As academias não terão mais o formato antigo, quem tinha 400 alunos no horário de pico, terá nova resolução e atenderá no máximo 40 alunos”, explicou.
 
José Mário cobrou do Governo do Estado a definição de uma data para que a atividade possa se planejar e sugeriu que a reabertura aconteça no dia 1º de julho. “E mesmo assim, nossa previsão é que mais de 200 academias vão fechar as portas, porque não conseguiram renegociar aluguel, precisaram vender equipamentos, não tem fluxo de caixa nem para devolver o dinheiro dos alunos que estão cancelando as matrículas”.
 
O deputado Francisco do PT informou que o “governo está analisando com muita cautela e cuidado toda a situação”, e que vários segmentos econômicos reivindicam uma data para que possam planejar a reabertura. “O compromisso que posso assumir é de, junto com demais deputados, levar essa demanda e relato, ao Governo, que se pauta por orientações de comitê científico”, completou.
 
Já o deputado Getúlio Rego concordou com a retomada das academias, equipamentos “importantes para a preservação da imunidade das pessoas, controle da hipertensão, diabetes, várias patologias”. O parlamentar também elogiou a iniciativa de se reduzir a quantidade de alunos por horários. “Vamos pensar com carinho, sem forçar a barra para quebrar protocolos, mas acenando com possibilidades mais justas. Sou solidário com o segmento, precisamos pensar isso com responsabilidade e solidariedade com os profissionais que tem nas academias sua fonte de renda”, disse. O deputado Tomba Farias (PSDB) também elogiou o planejamento apresentado pelo setor.