Indústrias freiam investimentos no RN após suspensão do Proedi

03 de Dezembro 2019 - 14h23
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Duas das maiores indústrias têxtil e de confecções do RN, a Vicunha Têxtil e a Guararapes Confecções, estão revendo suas atividades no estado, após suspensão temporária do Programa de Estímulo e Desenvolvimento Industrial (Proedi), em Natal, por meio de decisão judicial. O Grupo Vicunha anunciou, por meio de nota, nesta segunda-feira (2), que irá interromper investimentos devido à instabilidade jurídica gerada com a decisão de suspender os incentivos. A Guararapes Confecções, ligada ao Grupo Riachuelo, já havia se posicionado sobre a possibilidade de migração de empregos para outros estados.

Caso o programa seja suspenso – e sem a possibilidade legal de reeditar o Proadi -, o Rio Grande do Norte ficará sem um programa de estímulo industrial. O que pode acarretar em perda de competitividade para a indústria local, a paralisação de investimentos, redução de empregos e até a retirada de empresas qualificadas, hoje, no Proedi, que poderão migrar para estados vizinhos. Ao todo, há 120 empresas instaladas em 29 cidades potiguares contempladas pelo Proedi – dois meses após o início do programa. E, juntas, geram cerca de 22,6 mil empregos.

Em nota, o Grupo Vicunha reitera a “importância do programa para estimular o crescimento econômico no estado, assegurando a competividade”, lamenta a situação de insegurança jurídica e afirma que “diante desse cenário de incerteza, informamos que estamos suspendendo, momentaneamente, todos os investimentos em nossa unidade de Natal”. A indústria é responsável por 5 mil empregos diretos e indiretos.

A Guararapes também partilha a preocupação com o ambiente de insegurança jurídica e pondera que “sem condições de competir de forma equilibrada, as empresas e consequentemente, os milhares de empregos aqui existentes tendem a migrar para outras Unidades da Federação”. A Guararapes gera 7.500 empregos diretos e indiretos.

A decisão judicial atende pedido da Prefeitura de Natal. Outros municípios entraram com ação, alegando perda de receitas com o repasse do ICMS do estado para os municípios.