Porto atua sem certificação de segurança desde 2014, diz novo diretor-presidente

13 de Março 2019 - 07h11
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A situação do porto de Natal foi discutida durante audiência pública na Assembleia Legislativa, na tarde desta terça-feira (12). Por propositura do deputado Ubaldo Fernandes (PTC), o debate tratou sobre os problemas causados pela paralisação de parte das atividades do terminal e quais as providências que deverão ser tomadas. Na discussão, as autoridades garantiram que providências estão sendo tomadas.

Atualmente, o porto de Natal está sem o código ISPS (International Ship and Port Facílity Security Code), que é o código de segurança internacional aplicável tanto aos navios, quanto às instalações portuárias e, sem ele, não é possível se obter a certificação da Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês). Para conseguir a certificação, diversas medidas precisam ser tomadas. Segundo a nova gestão da Companhia das Docas do RN (Codern), já há movimentação para solucionar a questão.

O novo diretor-presidente da Codern, almirante Elis Treidler Oberg, disse que desde 2014 que o porto de Natal está sem a certificação internacional necessária, mas que as empresas continuavam aceitando atuar no local. Porém, com a atual situação, um novo plano será formalizado e ficará pronto em até 60 dias. De imediato, o diretor-presidente da Codern disse que iniciou o processo de reavaliação de todos os processos de segurança, entrada de pessoas e viaturas; readaptação da sala de controle de vídeo, com ampliação das 40 câmeras conectadas à sala para 80; e estabelecimento de novo quantitativo de pessoal necessário, com a convocação de concursados.

Atividades

As atividades no porto de Natal estão parcialmente suspensas depois de apreensões de grande porte de drogas, que seriam enviadas para a Europa. Ao todo, três toneladas foram apreendidas dentro de contêineres no porto de Natal, enquanto outras sete toneladas de drogas foram recolhidas em Amsterdã, na Holanda, após informações colhidas pela Polícia Federal e Receita Federal e repassadas às autoridades europeias. A partir daí, os problemas se ampliaram.

A CMA-CGM, maior empresa a realizar o transporte de carga do porto de Natal para a Europa, suspendeu as atividades devido aos problemas na segurança do terminal. Com isso, pelo menos 500 trabalhadores que atuam no porto de Natal estão com os empregos em risco, além da influência indireta nas vidas de milhares de trabalhadores que atuam em setores de produção voltados à exportação, como a pesca e fruticultura.