Por que nenhum país enviou militares para ajudar a Ucrânia contra a Rússia

26 de Fevereiro 2022 - 04h32
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O apoio direto de países do Ocidente à Ucrânia, por meio do envio de tropas ao país na guerra contra a Rússia, é considerado improvável, segundo especialistas ouvidos pelo UOL.

A Ucrânia deve se manter sozinha na linha de frente basicamente por dois motivos —o país não é um dos 30 membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e um eventual envio de militares contra uma potência nuclear como a Rússia poderia levar a um confronto de proporções incalculáveis.

O artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, que rege a Otan, prevê que um ataque armado contra um dos membros é considerado um ataque a todos, o que abre caminho para uma defesa coletiva.

Essa não é contudo a condição da Ucrânia. O país é considerado um parceiro da Otan, o que sinaliza que pode ingressar na aliança num momento futuro, mas não garante um apoio coletivo.

"A principal razão pela qual a Ucrânia sofre com a falta de apoio militar se deve ao fato de o país não integrar a Otan. Normalmente, os sistemas de alianças funcionam a partir da lógica de que um ataque contra um país do grupo significa um ataque contra todos os demais estados-membros, o que não é o caso da Ucrânia", afirma Leandro Gavião, doutor em História pela Uerj (Universidade do Estado do Rio) e professor da Universidade Católica de Petrópolis (RJ).

Um possível ingresso da Ucrânia na Otan é inclusive um dos panos de fundo para a invasão russa.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, vem tentando sem sucesso o compromisso de que o país vizinho não ingressará na organização. Pressionado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já sinalizou ontem sobre a possibilidade de desistência.

Também nesta sexta-feira (25), Zelensky chegou a afirmar que o país se defende sozinho contra a Rússia. E disse ainda que o "país mais poderoso do mundo olhou de longe", no que seria uma referência aos Estados Unidos.

Mais tarde, porém, o presidente ucraniano disse, por meio das redes sociais, que chegou a um novo acordo com os EUA sobre mais sanções à Rússia e uma coalizão antiguerra.

Com informações da UOL.