PF conclui que Bolsonaro não cometeu crime de interferência na corporação

31 de Março 2022 - 04h17
Créditos:

A PF (Polícia Federal) disse ao STF (Supremo Tribunal Federal) não ter encontrado indícios de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha cometidos crimes no caso em que foi acusado de interferir na instituição.

“Concluímos que, dentro dos limites da investigação, no âmbito da esfera penal, não há nos. autos. elementos indiciários mínimos de existência de materialidade delitiva imputada ao senhor presidente da República Jair Bolsonaro”, disse a PF. O documento é assinado pelo delegado Leopoldo Soares Lacerda.

O relatório foi concluído na terça-feira (29). A investigação foi aberta a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República) em 2020, depois que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) acusou Bolsonaro de interferir em investigações da PF.

“No decorrer dos quase dois anos de investigação, dezoito pessoas foram ouvidas, perícias foram realizadas, análises de dados e afastamentos de sigilos telemáticos implementados. Nenhuma prova consistente para a subsunção penal foi encontrada. Muito pelo contrário, todas testemunhas ouvidas foram assertivas em dizer que não receberam orientação ou qualquer pedido, mesmo que velado, para interferir ou influenciar investigações conduzidas na Polícia Federal”, prossegue o relatório.

A instituição apurou ainda se Moro teria cometido algum crime ao acusar Bolsonaro de interferência. A conclusão do órgão foi que o ex-ministro da Justiça não feriu nenhuma lei penal. “Não há elementos indiciários que demonstrem a falsa imputação de crime pelo noticiante [Sergio Moro], o que enseja igual arquivamento”, afirmou.

O presidente foi investigado por falsidade ideológica, coação, advocacia administrativa (defender interesse particular junto a órgãos da administração pública), obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada e prevaricação (retardar ou deixar de praticar ato de ofício para “satisfazer interesse pessoal”).

Já Moro era investigado por suposto cometimento de crimes contra a honra do presidente, como calúnia e difamação, e por denunciação caluniosa.

Com informações do Poder 360