PCC cobra até R$ 100 mil de moradores que deixaram Favela

07 de julho 2025 - 16h03
Créditos: Jessica Bernardo/Metrópoles

Moradores da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, denunciam cobranças abusivas e ameaças de criminosos e donos de imóveis para que possam se mudar para apartamentos da CDHU. Segundo relatos, traficantes exigem até R$ 100 mil como "multa" pela saída dos inquilinos para os conjuntos habitacionais oferecidos pelo governo.

Entre os envolvidos nas extorsões está Leonardo Moja, o “Leo do Moinho”, apontado como líder do PCC na região e preso em 2024. O Metrópoles identificou ao menos quatro famílias vítimas diretas das ameaças. Há casos de perseguição e moradores que se recusam a aceitar ajuda do governo por medo, custeando por conta própria o transporte de móveis.

Até agora, das 405 famílias que deixaram o local, 222 recusaram apoio logístico da CDHU. O clima de medo afeta até mães com filhos pequenos, que relatam não conseguir dormir diante das ameaças.

A disputa também gerou atrito político. O presidente Lula, em visita à área, criticou a ausência do governador Tarcísio de Freitas. Já o governador disse que sua gestão enfrentou o problema antes da União e destacou que o Moinho é uma questão complexa, além da habitação, que envolve também assistência social.