Os 50 anos de inauguração do ginásio Maristão

12 de Outubro 2019 - 08h13
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O dia 12.10.1969, um domingo, foi data especial para a comunidade Marista do Rio Grande do Norte. Trinta e nove anos após a chegada dos Irmãos Maristas a Natal, trinta anos depois de o Colégio funcionar no atual endereço - tradicional esquina das ruas Apodi e Deodoro, no Centro da Cidade - e depois de oito anos de persistência e luta para sua construção, foi inaugurado o ginásio Maristão.  Portanto, na data de hoje, a inauguração do ginásio completa seu cinquentenário. 

A construção foi totalmente financiada com recursos da congregação e, mesmo com a distância entre o início e o fim da obra, a motivação foi o que fez o sonho ser realizado. Guardadas as devidas comparações, o ginásio foi considerado o “Maracanã” dos alunos Maristas, que tinham naquele espaço uma praça ampla e particular para praticar esportes.

O ginásio foi entregue com capacidade para 1200 (um mil e duzentas) pessoas, dois portões largos para acesso interior, excelente piso de madeira com marcação polivalente para a prática de futebol de salão, basquete, handebol e voleibol, dois portões de escoamento, alambrado de um metro, iluminação, traves e tabelas.  Conforme revelou, à época, o jornalista Paulo Macedo em sua coluna no Diário de Natal, o evento recebeu público numeroso para a entrega do sexto ginásio esportivo da cidade (Silvio Pedroza, Palácio dos Esportes, ginásio do SESC, Escola Doméstica e Colégio das Neves). 

A data de inauguração coincidiu com a abertura da Olimpíada Marista e também com o aniversário do Irmão Francisco das Chagas Ribeiro, então Diretor do Colégio e a programação constou de benção pelo Irmão Machado (Vice-Provincial), breve discurso do Ir Chagas e desfile de bandeiras organizadas pelo Irmão Artur e pela Prof. Almira Amaral.

Após, dois jogos sacramentaram a inauguração, sendo um de futebol de salão entre os Ex-Alunos Maristas e a Seleção do Colégio e, em seguida, um de voleibol feminino entre o Colégio Imaculada Conceição (CIC) e o Colégio das Neves. 

No jogo de futebol de salão, o pontapé inicial foi dado pelo Irmão Edmundo. A partida terminou em empate por 3x3 e as equipes foram assim formadas: Ex-Alunos, jogando com a antiga farda de camisa branca com gola e faixa azul, com Enildo Alves, Wilton, Jucivaldo Félix, Maurício “Baíto” e Omar Romero; e a Seleção do Colégio jogando com camisa azul e branca em listras verticais e calção azul, com Nilson “Barrote”, Paulo Jefferson, Leonel Leite, Egídio “Doca” Câmara e Rogério Santos.

O professor Jucivaldo Félix, educador físico que participou do jogo e depois foi professor do Colégio Santo Antônio Marista de Natal por 30 anos, lembrou da ocasião com nostalgia e orgulho:

“Saí do Marista após ter sido campeão infantil e juvenil de futebol de salão. O Irmão Chagas gostava muito de mim. Chamou e perguntou, ao terminar o meu segundo grau, o que eu queria de presente. Eu desconversei, mas diante da insistência do diretor, pedi para inaugurar o ginásio, daí surgiu a ideia do amistoso entre os alunos e ex-alunos”.

Conta, ainda, Jucivaldo que a partida foi equilibrada, com os ex-alunos abrindo 3x1 e os alunos empataram no fim do jogo.

“Fiz o meu gol naquele jogo numa jogada conhecida com Baíto. Eu cobrei o lateral forte no peito dele, que fez o trabalho de pivô e devolveu para mim que vinha na velocidade e fuzilei para o gol”.

Outro nome que fez parte daquele jogo é Egídio Câmara, conhecido ainda hoje por “Doca”, atualmente servidor público do Estado e com atividade no ramo imobiliário:

“Antes a gente jogava numa quadra de piso xadrez vermelho e descoberta na frente da capela ou debaixo das mangueiras e jaqueiras ao lado da construção do Maristão. Com a inauguração do ginásio, com piso em madeira e sendo coberta foi uma enorme melhoria nas condições de jogo pra gente. Pena que logo depois eu terminei meu segundo grau e saí do Marista”. 

Egídio também faz referência a qualidade dos dois times:

“Veja que em ambas as equipes têm muita gente que se destacou no esporte. E o resultado final não foi jogo de compadres”.

O nome “Maristão” foi logo adotado pela comunidade Marista, passando a ser uma opção para a prática de esportes de quadra na cidade, não se restringindo apenas às atividades internas.

A edificação não consegue ser indiferente ao aluno Marista em todas as gerações que passaram pelo Colégio nestes cinquenta anos, em especial àquele que também foi/é atleta, tendo derramado seu suor em Olimpíadas Champagnat, Jern’s, Jogos da antiga comunidade Marista Brasil Norte (Atual Centro Norte) ou competições regionais ou nacionais. Vestir a camisa do Colégio Marista em competições esportivas sempre foi um orgulho para os seus alunos, sendo de reconhecida importância a colaboração que o Maristão proporcionou as diversas conquistas do Colégio nesses cinquenta anos.

O atual diretor, Irmão José de Assis Elias de Brito, que reconhecidamente tem dado apoio ao esporte em sua gestão, falou sobre o jubileu de ouro do ginásio:

“O ginásio Maristão foi um ambiente esportivo sonhado por muitas gerações que nos precederam pelo desejo de ter um espaço privilegiado de formação de nossos educandos atletas em sintonia com o nosso Projeto Educativo Marista, que tem no esporte uma de suas principais pilastras. Ao longo desses anos, o Maristão vem cumprindo com excelência sua missão, formando e revelando atletas de alto rendimento que nos representam nas mais diversas instâncias e muito nos orgulham”.

Nos anos 90, o ginásio recebeu, com absoluta justeza, o nome do Irmão Arlindo Aguiar (1922-1998), que sempre foi um entusiasta do esporte e da educação enquanto atuou no Colégio Marista de Natal nos anos 70.

As fotos que ilustram a postagem são dos times na partida inaugural e são do acervo particular de Egídio Câmara e Jucivaldo Félix.

Seleção do Marista: Elmar, Nilson “Barrote”, Paulo Jefferson, Eduardo Araújo, Arnóbio Abreu, Leonel Leite, Rogério Santos e Egídio Câmara.

Time dos Ex-Alunos: Omar Romero, Jucivaldo Félix, Enildo Alves, Wilton “Oncinha”, Maurício Maia, Maurício Mororó e Maurício “Baíto”.   

Créditos de Imagens e Informações para criação do texto: Entrevistas com o Irmão Assis Brito, Profs. Jucivaldo Félix, Lúcia Leiros e Antonio Simplício Júnior e o ex-aluno Egídio Câmara; Diário de Natal.