Justiça manda Danilo Gentili pedir desculpas e pagar R$ 41,8 mil a enfermeiros

19 de Abril 2021 - 13h20
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A Justiça de São Paulo condenou o humorista Danilo Gentili a pagar a publicar um pedido de desculpas em suas redes sociais e pagar uma indenização no valor de R$ 41,8 mil ao sindicato dos enfermeiros.

Em dezembro de 2020, Gentili escreveu no Twitter "Vocês sabem se existe um asilo especializado onde as enfermeiras batem umas pros véios? Essa tem sido uma preocupação minha quando penso no futuro. Existe esse tipo de serviço?".

Para o juiz André Salvador Bezerra, da 42ª Vara Cível de São Paulo, o humorista "fez uso de sua condição de pessoa pública para ofender toda uma categoria profissional".

Segundo o magistrado, com a publicação, Danilo legitimou "seculares formas de opressão contra as mulheres - inseriu a profissão de enfermeira como uma função a ser ocupada por mulheres para servir sexualmente a ele, o homem branco".

O humorista terá de pedir desculpas sob pena de multa diária de R$ 1.000 reais por 200 dias. Cabe recurso contra a decisão.

Gentili disse à Justiça que não cometeu ato ilícito e que não violou qualquer direito. Afirmou que somente exerceu seu direito constitucional à liberdade artística e que a piada fazia referência à obra italiana "Feios, Sujos e Malvados", de Ettore Scola.

"Fazer piada de forma alguma permite concluir que Gentili estivesse incentivando o assédio moral e sexual contra a categoria dos enfermeiros ou que seja o responsável pela violência doméstica que existe contra as mulheres desse país", disse a defesa do humorista no processo. Danilo é representado pelo escritório Simão e Bunazar Advogados.

De acordo com a defesa, o processo é uma tentativa de censura aberta por parte adversários políticos, mencionando o fato de que o sindicato é ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ao PT. "Trata-se de uma absurda e inócua restrição à atividade humorística".

O sindicato negou à Justiça que o processo esteja relacionado a política. Afirmou também que Gentili não fez uma piada, mas sim uma agressão à categoria.

Fonte: UOL