
A rotina de Wagner, último goleiro campeão brasileiro como titular do Botafogo, há 28 anos, hoje é simples. Envolve cumprir o expediente de terça a domingo na administração de um restaurante de frutos do mar no Mercado São Pedro, em Niterói.
"Minha vida hoje é o meu negócio", resume ele, de 54 anos, em entrevista ao UOL.
Mesmo longe do universo do futebol, a paixão pelo Alvinegro permanece.
Por isso, com o time indo tão bem neste ano, o camisa 1 de 1995 se vê como os demais torcedores, indo à forra após tanto tempo de sofrimento e incertezas sobre o futuro do clube. Wagner quer que, 28 anos depois, outra geração de botafoguenses sinta o sabor do que é alcançar o título do Brasileirão.
"Eu gosto. Eu prefiro que a gente esteja nesse momento do que ter que ficar escutando piadinha, sacanagem. 'Ah, esse boi vai cair do telhado. Vai quebrar o galho'. O galho para quebrar agora só se cortarem a árvore na raiz. Estou torcendo mesmo. Fico feliz porque o torcedor está podendo tirar sarro com as outras torcidas, voltou ao estádio", disse Wagner, sem ciúmes ou preocupação de que sua geração seja esquecida:
"Todo mundo que foi campeão é lembrado. Fomos campeões em 1995, mas o pessoal lembra do Maurício de 1989, da turma que ganhou a Conmebol em 1993."
A mágoa de Wagner reaparece quando ele lembra da segunda saída do Botafogo, em 2010. Ele era preparador de goleiros do clube e foi demitido a contragosto. Esse é o motivo pelo qual ele decidiu largar de vez o trabalho no futebol e focou no empreendimento pessoal.
Ele costuma conversar com quem o reconhece — apesar de não ostentar mais o bigode — e puxa o assunto Botafogo. Ao time atual, muitos elogios, especialmente aos goleiros Lucas Perri e Gatito.
"O líder vai ser líder até o final. Não vamos nem entrar no 'tem coisas que só acontecem com Botafogo'. Neste ano não tem como. É Fogão na cabeça" afirma Wagner.
Com informações de UOL