Família que vendia pastéis em uma portinha faturou R$ 2,8 milhões e se prepara para exportar

26 de Setembro 2021 - 04h01
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Uma pastelaria que atendia a clientela por uma portinha, em Guaratuba, no litoral paranaense, cresceu, virou franquiafaturou R$ 2,8 milhões em 2019 e se prepara para começar a exportar em 2021. A Bangalô dos Pastéis foi fundada pelo casal Eliane Kuntermann e Leonildo Oliveira, em 2006. No começo, contava com a ajuda dos filhos Thiago, Thais e Thatiane Kuntermann e, posteriormente, do genro, Braulio Augusto Pedrotti. Hoje tem nove unidades no Paraná e em Santa Catarina.

A marca é conhecida na região pelos pastéis super-recheados – o padrão é cerca de 460 gramas. Eliane aprendeu a receita com a mãe, que também era do ramo, de acordo com o filho Thiago. “Minha mãe ajudava na pastelaria em fins de ano e feriados e foi aprendendo a fazer a massa com ela. Ela fez modificações e criou um diferencial.” Hoje, a rede trabalha com massa branca (tradicional), preta (70% cacau), azul e rosa – nessas duas últimas, o sabor é o mesmo do tradicional, só muda a aparência.

pandemia paralisou os planos de expansão de franquias da Bangalô dos Pastéis. Novas aberturas estavam previstas para 2020, mas os empreendedores preferiram colocar o pé no freio e redirecionar os esforços para uma linha dedicada ao varejoCom isso, durante a quarentena, conseguiriam entrar em um novo mercado e aproveitar os horários ociosos da fábrica - as franquias respondem por apenas 40% da capacidade industrial da empresa.

Pedrotti explica que, nos três primeiros meses de 2020, as franquias vinham tendo um bom resultado, com vendas até 40% maiores do que no mesmo período do ano passado. Desde o início da pandemia, o faturamento tem sido o mesmo de 2019, por conta dessa linha de varejo. “A perspectiva é que no começo de outubro a gente atinja o mesmo faturamento do ano passado.”

A rede iniciou a parceria com alguns pequenos supermercados da região, mas hoje já está em grandes redes, como o Sam’s Club. “Já estamos em todo o mercado do Paraná e Santa Catarina. Até 2021, a meta é atingir também a região Sudeste, abastecendo supermercados, restaurantes e padarias”, afirma Pedrotti. No futuro, as franquias também deverão vender os produtos.

Em 2021, além de outras regiões brasileiras, os pastéis congelados da Bangalô se preparam para cruzar fronteiras. A rede ingressou no Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e já tem estudos para levar os produtos até para Miami, nos Estados Unidos.

A primeira parada, no entanto, deverá ser no Paraguai, em março, onde já há investidores interessados. Até o momento, a empresa investiu cerca de R$ 40 mil em processos de adequação de embalagens e registro de marca no exterior.

A internacionalização tem sido um movimento forte no setor. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), 163 marcas brasileiras tinham operações internacionais em 2019 (desde exportação a unidades instaladas), 12% a mais do que no ano anterior. Ao todo, as redes nacionais têm operações em 107 países. O Paraguai ocupa a terceira posição, com 36 marcas - atrás dos Estados Unidos (67) e Portugal (44).

Alimentação é um dos segmentos com mais empresas com atuação no exterior, 25. Moda (35) e Saúde, Beleza e Bem-Estar (32) seguem na dianteira.

Atualmente, estão à frente da Bangalô dos Pastéis o filho do casal, Thiago, o genro, Pedrotti e um sócio responsável pela área de marketing, Alessandro Santos. A sede da empresa é a primeira unidade, que atualmente tem uma área de 300 metros quadrados só de atendimento ao público. Os fundadores continuam participando da operação, mas de forma consultiva.

Fonte: PEGN