Ex-BBB revela ameaça de produtor do programa no confessionário após sexo sem camisinha

26 de Dezembro 2021 - 14h09
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Talita Araújo quase não suportou o apedrejamento virtual que sofreu após sair do "Big Brother Brasil", em 2015. A goiana, que entrou no reality show com o sonho de ser piloto de avião, perdeu o emprego e teve a autoestima destruída.

A jovem tinha 22 anos quando entrou no " 15" e encarava a experiência como uma grande diversão. No confinamento, conheceu Rafael Licks, com quem namorou por mais um tempo após o fim daquela edição. Os dois transaram por mais de uma vez dentro do reality, tendo a intimidade exposta. Mas foi sobre Talita que recaiu o cruel julgamento do público.

"Não é de hoje que mulheres são julgadas em reality shows pela postura delas. Os homens fazem muito pior e ninguém fala nada. Conheci alguém, me diverti e tive relação sexual. Fui muito julgada por isso. Ouvi barbaridade sobre a minha relação lá dentro pelo Rafael ser um padrão de príncipe encantado. Fui chamada desde puta e vagabunda até interesseira que queria dar o golpe da barriga - coisas que nenhuma mulher deveria escutar. Eu sou dona e proprietária do meu corpo", afirma.

A sociedade deveria se preocupar menos com a mulher que está se divertindo, e mais com a mulher que está sofrendo abuso, violência e sendo constantemente sufocada.

Além da intimidade sexual transmitida em rede nacional, o que despertou atenção à época foi o fato de Talita e Rafael terem feito sexo sem preservativo. Após o primeiro ato sem proteção, ela pediu à produção do programa uma pílula do dia seguinte. Eles voltaram a ter relação sexual sem camisinha.

"Por falta de orientação sexual, que nunca recebi, eu não tinha conhecimento que não poderia tomar duas pílulas do dia seguinte em menos de seis meses. Você pode julgar uma jovem de 22 anos por não saber isso? Não. Porque ninguém me ensinou. Eu não sabia. Para mim, foi um choque [o julgamento das pessoas]", diz.

A maioria do público responsabilizou somente Talita pela irresponsabilidade (e não ela com Rafael), mas o que poucos sabem é o que aconteceu no reality show antes e depois da segunda vez que o casal transou.

"Pedi [a pílula do dia seguinte] e o problema foi que eu pedi duas vezes seguidas. Muita gente não sabe, mas tudo o que precisamos fica numa despensa da casa. E tem uma porta com uma tranca. A produção é que tem o controle dessa tranca. Quando a gente esquentou para irmos aos finalmentes, essa porta foi trancada propositalmente ou não. E a gente não parou. Foi por isso que essa segunda vez aconteceu sem proteção", diz.

Depois de solicitar o método contraceptivo em situação de emergência, Talita foi informada que não poderia fazer uso da pílula novamente naquele curto intervalo de tempo. Dentro do confessionário, ela foi atendida por uma médica para fazer exames hormonais. O que a abalou foi a reação de um funcionário da emissora dentro do confessionário, ambiente em que os participantes trocam votos e que também serve para demandas pessoais - desde uma queixa de dor de cabeça até uma consulta de terapia, por exemplo.

"Um dos produtores do programa ficou muito irritado com essa história toda. Ele falou, 'a gente não é babá e não quero mais escutar história de camisinha, anticoncepcional, pílula do dia seguinte. Quero que você vá lá para fora e acabou essa história. Não quero mais escutar um pio sobre isso, senão eu mesmo te elimino do programa'", conta.

Eu saí de lá desestabilizada.

A Globo foi procurada pela reportagem de Splash para comentar a declaração de Talita, mas não respondeu até a publicação do texto. Caso a emissora se manifeste, o texto será atualizado.

Fonte: Uol