Dormir mal influencia na fome e aumenta consumo de alimentos mais calóricos

24 de Setembro 2021 - 14h41
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Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA, descobriu que dormir menos que o recomendado acaba aumenta as nossas chances de ingerir comidas mais calóricas. Eles observaram uma ligação entre não dormir pelo menos sete horas por noite e comer lanches com mais carboidratos, açúcar, gorduras e cafeína.

Análise contou com a rotina de quase 20 mil norte-americanos, com idades entre 20 e 60 anos, participantes de 2007 a 2018 da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição dos EUA. O trabalho coletou as recordações alimentares das últimas 24 horas das pessoas, incluindo detalhes sobre o que foi ingerido e a que horas.

“Existe um mecanismo cerebral responsável pelo sistema de recompensas. Quando dormimos mal e pouco, temos uma alteração nesta área. Quando há esta desregulação, o nosso corpo entende que ‘merecemos’ comer mais para conseguir as energias necessárias para continuarmos acordados. É aí que surge a vontade de comer coisas pouco nutritivas e muito calóricas, como um hambúrguer, um sorvete”, disse Andrea Bacelar, presidente da Associação Brasileira do Sono.

Desta forma, os participantes foram divididos em grupos com os que cumpriram ou não as recomendações de dormir pelo menos sete horas ou mais por noite. O próximo passo foi os cientistas usarem o banco de dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para estimar a ingestão de nutrientes relacionada aos lanches, além de separar em alguns grupos de alimentos.

Logo em seguida, a equipe criou três intervalos de tempo para a hora da alimentação: de 2h as 11h59 (manhã); de 12h as 17h59 (tarde); e 18h as 1h59 (noite). A análise mostrou que 95,5% das pessoas começou pelo menos um lanche por dia, sendo que mais de 50% das calorias de todos os participantes estavam em categorias que incluíam refrigerantes, bebidas energéticas, batatas fritas, biscoitos e doces.

Os resultados mostraram que os voluntários que dormiam menos de sete horas por noite eram mais propensos a comerem um lanche da manhã, seja ao longo da madrugada ou durante a primeira parte do dia. Além disso, ingeriram uma quantidade maior de lanche e cuja composição tinha menor valor nutricional.

O corpo humano possui dois hormônios responsáveis pela sensação de fome e saciedade: a grelina e a leptina, respectivamente. Enquanto o primeiro é um peptídeo encontrado nas células do estômago, o qual induz o apetite, o segundo está nas células adiposas e reduz a vontade de comer. 

Portanto, dormir pouco afeta o bom funcionamento desses hormônios, impactando com a forma que o corpo continua se alimentando, aumentando assim a fome e o peso da pessoa.

Fonte: O Globo