
Medicamentos injetáveis como semaglutida, liraglutida e tirzepatida, popularmente conhecidos como “canetas emagrecedoras”, têm ganhado espaço no combate à obesidade e no controle glicêmico de pacientes com sobrepeso e comorbidades. Apesar da eficácia, esses remédios não são soluções mágicas e requerem prescrição médica e acompanhamento contínuo.
A médica Chayanne Bordin Calegari (CRM 22074/SC), da Clínica Longevitta (Florianópolis), alerta que o uso exige atenção: “Essas medicações apresentam efeitos colaterais importantes, como náuseas, constipação e até risco de pancreatite. Por isso, é indispensável que o médico avalie a indicação, dosagem e tempo de uso”.
Segundo ela, os exames laboratoriais são essenciais antes e durante o tratamento, para avaliar funções renal, hepática, glicêmica e pancreática. Outro ponto crítico é entender que essas medicações devem ser parte de um plano maior: “Sem hábitos saudáveis, como boa alimentação, sono de qualidade, hidratação e atividade física, os resultados não se sustentam”, ressalta.
Ferramenta, não solução definitiva
Chayanne reforça que o emagrecimento saudável vai além de medicamentos: requer reeducação alimentar e mudanças consistentes no estilo de vida. “Muitas vezes, alterações hormonais ou síndromes como SOP dificultam o emagrecimento. Com exames e análise clínica, é possível identificar e tratar essas causas”, explica.
A médica também destaca a importância de um plano individualizado e, quando necessário, a atuação conjunta de profissionais como nutricionistas, psicólogos e educadores físicos.
Sem atalhos
O uso das “canetas emagrecedoras” sem orientação pode gerar riscos graves. Com supervisão médica adequada, no entanto, elas podem ser um suporte importante — desde que inseridas em um contexto de mudança real e sustentável. “Perder peso não é um processo linear e não deve ser enfrentado sozinho”, finaliza Chayanne.