CEO da Pfizer confirma à CPI oferta ignorada de vacina e carta a Bolsonaro

13 de Maio 2021 - 13h31
Créditos:

Em depoimento hoje à CPI da Covid, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou três ofertas ignoradas de vacinas contra a covid-19 pelo governo brasileiro e o envio de uma carta da farmacêutica ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e outras autoridades com o objetivo de acelerar a negociação dos imunizantes, que teria ficado sem resposta por dois meses.

Se um dos acordos propostos tivesse sido fechado, segundo estimativa do depoente, o país teria recebido até o segundo trimestre de 2021 cerca de 18,5 milhões de doses. As primeiras remessas teriam chegado em dezembro do ano passado, de acordo com o cronograma inicial.

Com os entraves impostos pelo Ministério da Saúde, o acordo só foi concretizado em março deste ano, um mês depois de a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar o registro definitivo do imunizante. O desfecho ocorreu sob críticas ao trabalho do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello —um dos motivos pelos quais ele acabou demitido.

Até o momento, o Brasil recebeu pouco mais de 2 milhões de doses de vacinas da Pfizer. Há mais 100 milhões que já foram compradas, mas só vão começar a chegar ao país em setembro.

Fonte: UOL