
O mês de junho, para o amante de futebol, traz a lembrança do início das Copas do Mundo, em especial neste ano atípico, onde temporariamente estamos sem futebol e se completa os 50 anos da conquista de 1970, no México e a lembrança de que há 06 anos Natal foi protagonista de 04 (quatro) jogos na Copa de 2014. O blog foi pesquisar sobre os jogos de despedida da seleção brasileira no Brasil antes de cada Copa do Mundo. Nas Copas de 1930, 1934 e 1938 não houve essa preocupação com jogos preparatórios. Somente a partir de 1950 se iniciou esse cuidado e o otimismo sempre foi marca registrada. Percebe-se, porém, um desprezo para com a torcida brasileira a partir de 2006, se dando preferência aos jogos fora do país sem contribuir para que o jogador receba o calor humano do torcedor e, ao contrário, afaste a identidade que deve existir entre a torcida e a sua seleção nacional, antes considerada um símbolo patriótico.
Em 1950, o Brasil disputou a Copa Rio Branco, com o Uruguai, numa série de três amistosos no mês de maio, no Pacaembu e em São Januário, com duas vitórias e uma derrota;
Em 1954, a despedida se deu contra um combinado colombiano, com vitória brasileira por 2x0, no Maracanã, com gols de Baltazar, “o cabecinha de ouro” e Martinez (contra);
Em 1958, ultrapassamos o forte bloqueio do futebol búlgaro, no Pacaembu, por 3x1, e a seleção viajou para encantar o mundo, na Suécia. Gols de Pelé (2) e Pepe;
Em 1962, no mesmo Pacaembu, o placar se repetiu, desta feita contra o País de Gales, com gols de Pelé (2) e Vavá;
Em 1966, a seleção despediu-se da torcida brasileira com o empate em 2x2 contra a então TchecoEslováquia, no Maracanã, com gols de Pelé e Zito;
Em 1970, a seleção deixou o país sob aplausos ao vencer a seleção austríaca, no Maracanã, por 1x0, gol de Rivelino, com grande atuação;
Em 1974, o Paraguai foi derrotado, no Maracanã, por 2x0, com gols de Marinho Perez e Rivelino (de pé direito), deixando a torcida brasileira otimista;
Em 1978, a TchecoEslováquia foi novamente a seleção escolhida para o último amistoso antes da Copa da Argentina. Vitória nacional por 2x0, com gols de Reinaldo e Zico e atuação impecável do escrete brasileiro no gigante da Beira Rio, em Porto Alegre;
Em 1982, a inauguração do Estádio Parque do Sabiá, em Uberlândia, serviu como jogo de despedida da seleção brasileira contra a Irlanda. Vitória de 7x0 com gols de Serginho (2), Sócrates (2), Zico, Falcão e Luizinho e uma chuva de otimismo para uma seleção que encantou o mundo;
Em 1986, pela primeira vez a seleção saiu do Brasil desacreditada e sob vaias de sua torcida. O último jogo se deu no Estádio Pinheirão, em Curitiba, contra o Chile, jogo que terminou empatado em 1x1 com a seleção brasileira marcando no último minuto, em jogada de oportunismo e raça de Casagrande;
Em 1990, o sistema com líbero e três zagueiros foi surpreendido com um empate em três gols contra uma Alemanha Oriental que não foi à Copa. Empate no Maracanã com gols de Alemão, Careca e Dunga e desconfiança da torcida brasileira. Nos bastidores já havia a “guerra interna” entre os jogadores e a CBF sobre a premiação e o patrocínio da Pepsi;
Em 1994, a Islândia foi o bilhete premiado a selar a despedida da seleção que seria tetra-campeã mundial. Ali se iniciou a relação de gols entre Ronaldo – ainda com 17 anos, dentuço e chamado de Ronaldinho – e a camisa amarela. O jogo se deu no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, com placar de 3x0 e gols de Ronaldo, Zinho e Viola;
Em 1998, pela primeira vez na história a seleção brasileira era derrotada no jogo de despedida. O Maracanã foi o palco no revés para a Argentina, no jogo que ficou conhecido pela sonora vaia que a torcida carioca proporcionou ao meia Raí e que foi abordado por este blog em 14.09.2019;
Em 2002, a partida derradeira no Brasil foi contra a Yugoslávia, em Fortaleza/CE, no Castelão, jogo que marcou o retorno de Ronaldo “Fenômeno” à seleção após dois anos e meio afastado por duas contusões graves. Vitória de 1x0, gol do centroavante Luizão, que entrara exatamente no lugar do Fenômeno e foi comemorar o gol com ele, no banco;
Em 2006, a CBF começa a afastar a seleção de futebol do torcedor brasileiro atraída pelos dólares dos patrocínios. A equipe seguiu para a Alemanha sem realizar jogo de despedida no Brasil, pois deu prioridade aos amistosos contra a Rússia, em Moscou e outros dois às vésperas da Copa, na Suíça, contra o FC Luzern e a Nova Zelândia;
Em 2010, outra vez a torcida brasileira foi esquecida. Antes da Copa na África do Sul, um amistoso em Londres, contra a Irlanda e contra Zimbabwe e Tanzânia, estes já em território africano;
Em 2014, o Morumbi recebeu a seleção na derradeira partida antes da estréia como anfitriã. O jogo se deu contra a seleção da Sérvia e o Brasil penou para vencer a eficiente escola de futebol dos Bálcãs, por 1x0, gol de Fred;
Em 2018, mais uma vez a torcida brasileira foi preterida e os amistosos preparatórios naquele primeiro semestre foram realizados na Europa: Rússia, em Moscou; Alemanha, em Berlin; Croácia, em Liverpool; e Áustria, em Viena.
Créditos de informações e imagens para criação do texto: Jornal dos Sports; Site da CBF (www.cbf.com.br/selecao-brasileira/jogos/selecao-masculina) e www.rsssfbrasil.com