À PF, Dias diz que não efetuou prisões no Palácio do Planalto porque estava fazendo “gerenciamento de crise"

22 de Abril 2023 - 04h24
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Em depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (21), o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse que estava retirando invasores de um setor do Palácio do Planalto, mas não efetuou prisões, porque estava fazendo “gerenciamento de crise”.

Dias foi ouvido por 5 horas pela PF. Ele se demitiu na quarta-feira (19), após a divulgação de imagens que mostram que ele estava circulando em meio aos extremistas dentro do Planalto no dia 8 de janeiro, data do ataque.

As imagens, divulgadas inicialmente pela CNN Brasil, mostram também agentes do GSI conversando com os extremistas. Um deles, o major José Eduardo Natale, oferece água aos invasores.

Dias disse que estava no Planalto para retirar os invasores de lá. A PF perguntou por que ele não prendeu ninguém.

“Que indagado porque, no 3° e 4° pisos, conduziu as pessoas e não efetuou pessoalmente a prisão, respondeu que estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2° piso tão logo descessem, pois esse era o protocolo”, registrou a PF durante o depoimento de Dias.

O ex-ministro afirmou que, sozinho, não teria conseguido prender os invasores.

“Que o declarante não tinha condições materiais de, sozinho, efetuar prisão das 3 pessoas ou mais que encontrou no 3° e 4° andares, sendo que um dos invasores encontrava-se altamente exaltado”, relatou o general à PF.

Ele afirmou ainda que, se tivesse visto a cena do major Natale oferecendo água aos invasores, teria prendido o militar.

“Que indagado a respeito de o major José Eduardo Natale de Paula Pereira haver entregue uma garrafa de água a um dos invasores; que deve ser analisado pelas circunstâncias do momento os motivos do major, mas que, se tivesse presenciado, o teria prendido”, disse.

Com informações de G1