
Em entrevista à Folha de S.Paulo, a primeira-dama Janja Lula da Silva gerou polêmica ao elogiar o rígido modelo de regulação de redes sociais adotado pela China, país onde, segundo ela, há regras claras sobre o uso de telas por crianças e punições, incluindo prisão, para quem descumpre a legislação.
“Tem toda uma regulamentação e, se não seguir a regra, tem prisão. Por que é tão difícil a gente falar disso aqui? Não é uma questão de liberdade de expressão, estamos falando de vida e de crianças e adolescentes”, disse Janja, ao comentar sua participação em um jantar com Xi Jinping e Lula na China.
A fala causou reação imediata da oposição, que viu na declaração uma defesa de práticas autoritárias e um reforço à crítica de que o PT tem simpatia por regimes ditatoriais. O episódio também ocorre em meio ao debate sobre regulação das redes e ao fortalecimento do discurso bolsonarista contra o STF e o controle digital.
A entrevista, que tinha como objetivo melhorar a imagem pública da primeira-dama, acabou sendo vista como um tiro no pé, aumentando o desgaste da imagem do governo Lula. Reportagem da Veja aponta que o comportamento de Janja tem causado desconforto entre aliados e assessores, por falta de estratégia de comunicação.
A situação reacende o debate sobre a atuação de figuras públicas próximas ao presidente e os riscos do descolamento da realidade política, algo que já impactou negativamente governos anteriores.