G20 no Brasil custou R$ 139,8 milhões e teve 1 ano de reuniões

17 de Novembro 2024 - 07h57
Créditos: Reprodução Palácio do Planalto

A Cúpula de Líderes do G20 começa nesta segunda-feira (18) no Rio. A presidência brasileira do bloco gastou ao menos R$ 139,8 milhões para organizar este e os outros 151 eventos do grupo no Brasil. Os encontros começaram no fim de 2023 e aconteceram em 15 cidades-sede.

Os dados são do Portal da Transparência até 14 de novembro e contam as despesas do governo federal. Os custos, na prática, devem ser maiores por haver eventos de entidades privadas que aproveitam o G20 para também realizarem suas agendas.

As discussões do G20 no Brasil foram divididas em 2 “caminhos” diferentes. No 1º, estavam os representantes diretos dos chefes de Estado que participam do bloco, a chamada “Trilha de Sherpas”. Nesses debates, entram temas da geopolítica mundial, dos órgãos multilaterais e de assuntos sociais.

Já na “Trilha de Finanças” estão os ministros da Fazenda e os presidentes de bancos centrais dos países e entidades representadas no bloco. Além dos temas próprios da economia e do comércio internacional, também debateram questões sociais e ambientais.

O Brasil escolheu 3 temas para serem debatidos prioritariamente durante sua presidência do G20. São eles: 

- Combate à fome, pobreza e desigualdade;
- Desenvolvimento e transição energética sustentável;
- Reforma da governança global.

A principal entrega da chefia brasileira do bloco deve ser a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O documento, que será assinado pela maioria dos países integrantes do G20 e convidados, tenta unificar parâmetros para o combate a esses dois problemas sociais. Dando acesso e organizando programas sociais bem-sucedidos em um local, para que seja aplicado em outros.

Do lado das finanças, o Brasil conseguiu, durante as reuniões preliminares do G20, a aprovação de um entendimento sobre a taxação dos super ricos. 

Assim como houve avanço na direção de ser necessário uma reforma de órgãos multilaterais, seja o FMI (Fundo Monetário Internacional) ou da ONU (Organização das Nações Unidas). O que é defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é que o Conselho de Segurança tenha mais países e representantes do chamado “Sul Global”, como o próprio Brasil e a Índia.

Todos os documentos produzidos pelas reuniões feitas até momento nas duas trilhas, e os outros já assinados, serão levados aos chefes de Estado para a confecção de uma declaração final do G20 e, consequentemente, da presidência brasileira do bloco. 

O governo do presidente Lula ainda tenta negociar a inclusão de parágrafos sobre os conflitos em curso atualmente, na Ucrânia e de Israel na Faixa de Gaza. 

Para que estes temas sejam citados na declaração oficial dos chefes de Estado do G20, entretanto, é preciso que haja consenso. As negociações devem ser difíceis, com cada termo sendo motivo de debate para encontrar uma linguagem que agrade a todos. 

Com informações de Poder 360