UOL: É hora de nós da imprensa pensarmos se devemos cobrir Bolsonaro

06 de Fevereiro 2024 - 03h36
Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A imprensa brasileira deveria refletir se vale a pena continuar cobrindo Jair Bolsonaro, que mantém a "estética mambembe" ao instalar um cercadinho em sua casa de praia em Angra dos Reis, disse o colunista Tales Faria no UOL News desta segunda (5).

O cercadinho faz parte da estética mambembe do bolsonarismo para campanhas eleitorais. Em Brasília, Bolsonaro usou e abusou do cercadinho. Agrediu jornalistas e fez o que queria até a mídia se dar conta de que estava fazendo papel de palhaço. Já que ele quer aparecer dessa maneira, batendo na mídia e botando a turma do cercadinho contra os jornalistas presentes, a imprensa o deixou falando sozinho.

"É hora de começarmos a pensar nisso. Bolsonaro quer aparecer e, para isso, fará de tudo. Ele se elegeu falando barbaridades. É hora de nós da imprensa pensarmos se devemos cobrir Bolsonaro e se devemos dar a ele toda essa mídia", Tales Faria, colunista do UOL.

Para Tales, a imprensa não deve ignorar Bolsonaro completamente, mas sim se resguardar para não cair na "armadilha" da espetacularização promovida pelo ex-presidente e seus apoiadores.

"A mídia precisa acabar com o espetáculo bolsonarista. Pode-se noticiar o que ele disse de importante, mas não dar palco ao Bolsonaro. Temos que repensar isso. Já caímos nessa armadilha e corremos o risco de cair nela de novo", Tales Faria, colunista do UOL

Josias: Bolsonaro prolonga fase tóxica da política com cercadinho em Angra

Jair Bolsonaro aproveita o cercadinho em Angra dos Reis para prolongar a fase tóxica da política brasileira, analisou Josias de Souza. Para o colunista, o tempo de duração deste fenômeno depende do sucesso ou fracasso do governo Lula e da articulação do restante da direita por um nome capaz de fazer frente ao petista.

"Um pedaço da direita que votou no Bolsonaro continua mobilizado. Isto é um fenômeno novo no Brasil. Sempre houve direita no país, mas hoje há uma que é popular, mobilizada e primitiva. Ela se revelou minoritária, mas é duradoura. Bolsonaro aproveita a existência dessa direita que mobilizou e em parte desmoralizou durante sua presidência para prolongar essa fase tóxica da política brasileira", Josias de Souza, colunista do UOL.

Com informações de Tales Faria - UOL