TCU responsabiliza Deltan e Janot por passagens da Lava Jato e terão que devolver R$ 2 milhões

13 de Abril 2022 - 07h44
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O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta terça-feira (12) responsabilizar Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, e Deltan Dallagnol, ex-procurador do Ministério Público Federal (MPF), pelo pagamento de cerca de R$ 2 milhões em diárias e passagens a procuradores da extinta Operação Lava Jato.

Os ministros da 2ª Câmara do TCU acompanharam parecer do relator do caso, ministro Bruno Dantas, apontando supostas irregularidades na gestão de dinheiro público. Além de Janot e Dallagnol, também foi responsabilizado o ex-procurador-chefe do Paraná João Vicente Romã.

Depois da decisão colegiada, o ministro Bruno Dantas vai enviar um despacho mandando citar os responsáveis. Deltan, Janot e Romã vão receber uma guia para devolver os valores aos cofres públicos, ou então podem apresentar defesa em prazo de 15 dias.

Há menos de um mês, em 22 de março passado, Deltan Dallagnol foi condenado a indenizar o ex-presidente Lula por dano moral, em caso que envolvia uma entrevista coletiva concedida pelos procuradores da Lava Jato em 2016, quando o ex-procurador usou termos como “propinocracia” e “perpetuação criminosa no poder” para se referir ao petista.

Nesta terça-feira, o ex-procurador do MP rebateu com contundência a decisão do TCU, falando em “vingança do sistema contra quem combate a corrupção”.

“Soube agora que o TCU instaurou processo para me responsabilizar por diárias que foram pagas a outros procuradores da Lava Jato — e não a mim! — para que a força-tarefa pudesse recuperar mais de R$ 15 bilhões para a sociedade. Essa decisão é revoltante”, afirmou o ex-procurador, em comentário nas redes sociais.

Segundo Deltan, a gestão de recursos da investigação dos procuradores da Lava Jato não estava dentro de suas competências.

“Essa decisão é absurda, porque eu nunca exerci função administrativa nem trabalhei como ordenador de despesas no MPF, função que era exclusiva da Procuradoria-Geral da República”, afirmou.

“Querem me calar, perseguir e intimidar, mas meu compromisso com o combate à corrupção e um país mais justo e melhor é inabalável. Vou me defender junto ao TCU e aguardar o resultado dessa apuração com coragem, determinação e o mesmo senso de propósito com que sempre trabalhei.”

Com informações da Revista Oeste