Tanque quase eterno? Dez passos para você fazer mais de 20 km/l no carro

14 de Janeiro 2024 - 13h46
Créditos: Divulgação

Graças ao avanço tecnológico, "incentivado" pelas leis cada vez mais exigentes quanto à eficiência energética de veículos a combustão, hoje o mercado brasileiro tem carros com baixíssimo consumo e muitos deles nem trazem propulsão híbrida.

No PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular) do Inmetro Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), existem vários modelos, a maioria deles hatches compactos, com média superior a 15 km/l.

Alguns já se aproximam dos 20 km/l, como são os casos do Chevrolet Onix Plus aspirado, capaz de percorrer 17,5 km com um litro de combustível, usando gasolina e rodando no ciclo rodoviário - conforme o Inmetro. Nas mesmas condições, o Volkswagen Polo TSI chega a 16,1 km/l.

Nas redes sociais, proprietários dizem que seus veículos são capazes de atingir e até ultrapassar a média de 20 km/l, seguindo alguns procedimentos e com o motor "amaciado" e a manutenção em dia.

"Minha esposa tinha um [Onix Plus] Premier, eu dirigindo, média de 80 km/h, chegou a fazer 22 km/l em viagem", diz um internauta em publicação no Facebook.

É verdade que o consumo pode variar conforme uma série de fatores, como o próprio veículo, a qualidade do combustível, o estilo de condução e as condições da via. Mas a maior parte das variáveis, exceto o veículo, pode ser controlada por quem dirige.

Apontamos a seguir dez passos para atingir a marca dos 20 km/l, dependendo do modelo do veículo.

1 - Calibre corretamente os pneus do carro

Verifique a pressão recomendada para os pneus no manual do proprietário - ela, inclusive, pode variar de eixo para eixo e também de acordo com a quantidade de carga transportada.

Pneus abaixo da pressão ideal aumentam a superfície de contato com o solo. Com isso, fazem com que o motor utilize mais energia para manter o carro rodando, elevando o consumo. Por outro lado, pneus cheios demais deixam o veículo muito "duro" e podem reduzir a vida útil de componentes da suspensão.

Não se esqueça de verificar a calibragem a cada 15 dias, sempre com os pneus frios, como recomendam as montadoras. Quando estão quentes, o ar dentro deles se expande e você acaba calibrando com pressão abaixo da indicada.

2 - Dirija com suavidade e antecipe manobras

De acordo com a Renault, o estilo de condução, sozinho, pode reduzir em pelo menos 10% o consumo de combustível.

Mudar hábitos ao volante, de fato, faz toda a diferença. Antecipar frenagens, não "esticar" as marchas e fazer as trocas na rotação certa, por exemplo, são mandamentos que não apenas aumentam a autonomia a cada abastecimento - também contribuem para poupar freios e outros componentes e reduzem as emissões de poluentes.

Acelere e freie de forma gradual e utilize o freio-motor nas reduções de velocidade. Além disso, descer ladeiras na "banguela" (com o câmbio em ponto-morto) não ajuda a economizar combustível e, ainda por cima, contribui para o desgaste prematuro dos freios.

3 - Verifique regularmente o alinhamento das roda

Outro fator que eleva o consumo de combustível e contribui para o desgaste prematuro dos pneus são rodas desalinhadas, destaca o Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária).

Em média, a recomendação é checar o alinhamento a cada 10 mil quilômetros rodados ou quando você percebe que o veículo está "puxando" para um lado.

Faça também o balanceamento dos pneus para evitar trepidações e manter o carro estável - o que também contribui para aumentar a autonomia.

4 - Troque o óleo e o filtro dentro do prazo

Conforme a Renault, cuidar da manutenção do carro, o que inclui efetuar as revisões dentro do prazo e da quilometragem recomendados, reduz o gasto de combustível em pelo menos 10%.

Isso inclui a troca de óleo lubrificante do motor, bem como a substituição do respectivo filtro.

Especialmente se o carro já tiver alta quilometragem, vale verificar o nível do óleo uma vez por semana

Cheque o nível do óleo do motor semanalmente e substitua o lubrificante no prazo e/ou na quilometragem recomendados no manual. O mesmo vale para filtros. O filtro de óleo, inclusive, deve ser substituído em cada troca do lubrificante. Motor com lubrificação inadequada eleva o atrito de partes internas, resultando em consumo maior de combustível e, pior, danificando componentes.

5 - Não deixe motor ferver e cheque válvula do radiador

Não deixe de verificar o sistema de arrefecimento do motor nas revisões do veículo, pois rodar acima da temperatura ideal é um dos fatores que faz seu carro "beber" mais do que deveria.

Nessa verificação, se o nível do líquido estiver abaixo do recomendado, vale conferir se existe algum vazamento nas tubulações.

Contudo, completar o nível com água da torneira é uma prática não recomendável, pois provoca corrosão e até entupimento de tubulações, de dutos internos e até da bomba d'água - além de diminuir a temperatura de ebulição.

Ao consultar o manual do proprietário de diferentes veículos, a orientação básica é a mesma: colocar água destilada ou desmineralizada em combinação com o aditivo recomendado pela montadora.

Além disso, vale ficar de olho na válvula termostática. Se apresentar problemas, ela pode travar na posição aberta, liberando a total passagem do fluido de arrefecimento para o radiador, alerta o Cesvi Brasil.

Isso faz o motor trabalhar em temperatura abaixo da ideal. Assim, o sistema de injeção "entende" que o motor está frio, enviando mais combustível para a queima sem necessidade.

6 - Confira o estado de cabos, velas e filtro de ar

Outro fator que impacta negativamente o gasto de combustível são velas e respectivos cabos em más condições.

Esses componentes são essenciais para promover a queima ideal do combustível e perdem a eficiência com o tempo. Portanto, devem ser verificados e trocados no prazo recomendado pela fabricante do veículo.

Esse prazo deve ser antecipado caso se verifique que as velas e/ou os cabos já não funcionam como deveriam.

Além disso, confira regularmente as condições do filtro de ar do motor. Se ele estiver saturado, a combustão é prejudicada e o carro passa a "beber" mais.

7 - Cheque o catalisador e o escapamento

Responsável por converter gases tóxicos resultantes da queima do combustível em água, gás carbônico e nitrogênio, o catalisador eleva o consumo e as emissões caso esteja danificado.

Além disso, pode haver desprendimento de componentes internos do catalisador e do sistema de escape, obstruindo a saída dos gases. Isso faz a temperatura do motor subir e também eleva o consumo.

Combustível de má qualidade é outro vilão que rouba a eficiência do equipamento e faz o seu veículo elevar o gasto de combustível.

8 - Fuja de combustível adulterado

Abastecer com gasolina "batizada" é uma das causas mais comuns para o aumento no consumo.

Produtos usados para aumentar o volume do produto comercializado na bomba, como solvente, fazem o veículo perder rendimento e podem danificar uma série de componentes internos. Consequentemente, o sistema de injeção acaba colocando mais combustível no motor.

A alta inesperada no consumo, verificada logo após o abastecimento, é inclusive um indício clássico de que a gasolina pode ter sido adulterada.

Para se proteger, exija sempre a nota fiscal do posto, pois a prática comprova que você adquiriu combustível naquele estabelecimento e quando isso aconteceu.

Confira aqui dicas para reduzir o risco de adquirir combustível adulterado.

9 - Nada de carregar peso sem necessidade

Manter o porta-malas e a cabine cheios de coisas das quais você não precisa só faz aumentar o peso do veículo, exigindo mais do motor e fazendo o consumo subir.

Além disso, remova bagageiros e suportes de bicicleta quando estão fora de uso.

10 - Utilize o ar-condicionado corretamente

O ar-condicionado pode aumentar em 20% ou até mais o consumo de combustível, pois o compressor do equipamento é acionado por correia ligada ao motor.

Nunca dirija com o ar ligado e os vidros abertos, principalmente em rodovias: a turbulência de ar que entra na cabine exige esforço do motor para manter o veículo em movimento, elevando o consumo até mais do que se você mantivesse a climatização ligada com os vidros fechados.

Além disso, se o clima não estiver muito quente, evite colocar o resfriamento no máximo.

Com informações do UOL