'Som da Liberdade' brasileiro: conheça o hacker que desmascarou 200 pedófilos

08 de Outubro 2023 - 12h54
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Envolvido por polêmicas, o filme "Som da Liberdade" tem sido um sucesso de bilheteria ao contar a história real Tim Ballard, um ex-agente especial do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. Após prender um pedófilo responsável por uma rede de tráfico de crianças, o policial interpretado por Jim Caviezel renuncia seu trabalho oficial e se envolve em uma longa caçada para salvar a vida de crianças.

No Brasil, há uma história semelhante. Um hacker ajudou o Ministério Público do Rio a identificar mais de 200 pedófilos durante a Operação Catedral-Rio, a primeira contra pedofilia feita no Brasil nos anos 90. Wanderley Abreu Jr, conhecido como Storm, se infiltrou na rede e ajudou a desvendar um esquema internacional de tráfico de crianças.

Em bate-papo com Splash, Storm conta que não assistiu a "Som da Liberdade". "Eu tenho gatilhos. Já assisti a partes do filme, mas como já participei de várias ações contra a pedofilia, eu prefiro não ver o longa. Me traz memórias muito ruins, e há alguns gatilhos que prefiro não reviver, principalmente nas minhas horas de lazer."

É uma área muito pesada, e hoje eu sou pai. Quando encontram um problema muito grande, que a minha ajuda pode ser útil, eu ainda participo. Mas, evito, porque é uma coisa muito desgastante.

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No entanto, o hacker conhece Tim Ballard e a história retratada no filme. "Eu já até mesmo me correspondi com ele, já estivemos nas mesmas conferencias. Mas, é complicado ficar conversando sobre isso, porque é um tema difícil de se conversar. Você não 'troca figurinhas' de experiências com pedófilos. Até porque, as pessoas são muito sádicas com gente que está nessa só pelo dinheiro, não apenas sexual. Não sei o que é pior."

Dos 230 pedófilos identificados e indiciados pela operação Catedral-Rio, apenas "quatro ou cinco foram condenados", lamenta Wanderley. A lei, na década de 1990, nos princípios da popularização da internet, dizia que produzir, publicar e dar publicidade à pornografia infantil era crime, mas não abarcava o meio digital.

"As pessoas podiam ter um site e botar uma foto lá. Não era [considerado] meio de publicação. Você produzir a foto era, mas você provar que o cara produziu a foto é muito difícil. Na época, era muito complicado. O cara escaneava a foto e dizia que não tinha sido ele. Foi a primeira investigação. A gente estava engatinhando nesse negócio. A lei mudou por conta da catedral.

Fonte: Uol