PM resgata mãe e dois filhos que estavam há 17 anos em cárcere privado

29 de julho 2022 - 05h21
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A Polícia Militar resgatou três pessoas mantidas em cárcere privado nesta quinta-feira (28), em uma casa em Guaratiba, zona oeste do Rio. As vítimas estavam presas há 17 anos.

O resgate foi feito pelos agentes do 27ºBPM, após uma denúncia anônima na Rua Leonel Rocha. Ao chegar ao local, eles encontraram uma casa em condições insalubres, com uma mulher e seus dois filhos. Eles estavam amarrados, sujos e subnutridos.

Viviam na casa o agressor, Luiz Antônio Santos Silva, conhecido como DJ; a mulher dele; e dois filhos, de 19 e 22 anos. As identidades das vítimas não foram divulgadas.

O homem foi preso, e as vítimas foram atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Segundo a Polícia Civil, o caso está sendo investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande. O autor foi autuado em flagrante pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos. A investigação está em andamento.

Segundo os policiais que libertaram as vítimas, a principal preocupação no momento do resgate foi oferecer atendimento médico. "A situação era estarrecedora", resumiu o policial militar que prestou socorro.

"Os policiais que primeiro chegaram aqui encontraram essas crianças realmente amarradas. Posteriormente, eu cheguei e vi que elas estavam sujas, subnutridas. Então, a preocupação imediata foi de prestar socorro médico. O Samu foi acionado para prestar todo o socorro. Inclusive, elas se encontraram agora sob os cuidados médicos", disse o PM.

Em depoimento à polícia, a mulher disse que os três sofriam violência física e psicológica de forma permanente e que eles chegavam a ficar três dias sem comer.

Ela também afirmou que Luiz Antonio Santos Silva nunca permitiu que ela trabalhasse nem que os filhos frequentassem a escola.

Moradores contaram que, antes da denúncia anônima que levou a polícia até a casa da família nesta quinta-feira (28), outras denúncias já haviam sido feitas ao posto de saúde do bairro e ao Conselho Tutelar — mas nada adiantavam.

Os vizinhos também relataram que Luiz Antonio costumava jogar fora a comida que recebia de doação para que a mulher e seu filhos não comessem.

Com informações do G1