Marinha do Brasil afunda Navio Aeródromo São Paulo a 350 km da costa

05 de Fevereiro 2023 - 13h15
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A Marinha do Brasil colocou um fim na polêmica envolvendo o antigo Navio Aeródromo “São Paulo”, afundando-o a 350 quilômtros da costa, em águas jurisdicionais brasileiras e em profundidade de cinco mil metros, sem maiores detalhes sobre o local exato.

O “NAe São Paulo A-12” serviu à Marinha entre os anos 2000 e 2014, mas é uma máquina dos anos 1960, tendo servido à França como “NAe Foch R-99”. No Brasil, seu corpo de pessoal era formado por 50 oficiais e 250 praças, e chegou a operar diversos meios aéreos, em especial os jatos A-4 do esquadrão VF-1, sediados na base de São Pedro da Aldeia/RJ. O alto custo de manutenção e uso precário – inclusive com acidente com vítima -, inviabilizaram a operacionalidade do “São Paulo A-12”, sendo finalmente descomissionado em 2020, com seu casco leiloado em 2021.

A partir daí o caso teve uma reviravolta, pois a empresa vencedora do leilão não encontrou permissão para aracar o barco, devido a alta quantidade de amiantro em seu casco, por isso, retornou para águas brasileiras, onde permaneceu vagando de agosto de 2022 a fevereiro de 2023. Diversos órgaos ambientais emitaram laudos contrários a atracação, sendo assim, o afundamento foi a solução encontrada;

Esse fato coloca a aviação da Marinha em um futuro incerto, tendo em vista que o esquadrão VF-1 permanece com suas atividades, com apenas 04 aeronaves A-4 “Skyhawks” modernizadas e ativas. Sem um navio aerodrómo, esse tipo de aviação fica carente de sua missão principal.

Segue abaixo, a nota oficial:

 MARINHA DO BRASIL

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA

NOTA OFICIAL

Brasília – DF.

Em 03 de fevereiro de 2023.

Em relação ao casco do ex-Navio Aeródromo “São Paulo”, diante dos fatos apresentados na Nota Oficial Conjunta do Ministério da Defesa, Advocacia-Geral da União e Marinha do Brasil, cabe informar que a operação de alijamento, por meio do afundamento planejado e controlado, ocorreu no final da tarde de hoje (03), estritamente conforme concebido.

O procedimento foi conduzido com as necessárias competência técnica e segurança pela Marinha do Brasil, a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro.

A área para a destinação final do casco, situada em Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), a 350 Km da costa e com profundidade aproximada de 5 mil metros, foi selecionada com base em estudos conduzidos pelo Centro de Hidrografia da Marinha e Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira.

As análises consideraram aspectos relativos à segurança da navegação e ao meio ambiente, com especial atenção para a mitigação de impactos à saúde pública, atividades de pesca e ecossistemas. Por fim, a Marinha do Brasil presta legítima reverência ao ex-Navio Aeródromo “São Paulo”. Barco que abriga alma beligerante perpetuada na mente de homens e mulheres que guarneceram seus conveses, dignos servidores da Marinha Nacional Francesa e da Marinha do Brasil, sob a égide das tradições navais e de elevado espírito marinheiro.