Gilmar Mendes: "Prender demais é fornecer mão de obra barata para PCC"

04 de Dezembro 2019 - 04h07
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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes entende que o superencarceramento de presos no Brasil alimenta facções criminosas, como o PCC (Primeiro Comando da Capital). "Se nós insistirmos nesse encarceramento sistemático, no quadro atual, em que os presídios estão dominados pelas grandes organizações criminosas, nós estaremos fornecendo mão de obra baratíssima para essa gente", afirmou ele em entrevista ao UOL, em seu gabinete, em Brasília.

Para Gilmar, o sistema carcerário está "submetido a uma regra de caos", mas a ressocialização é uma solução possível.

Quando presidiu o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ele promoveu mutirões carcerários para verificar as situações das penitenciárias. "Nós vamos prendendo pessoas, pessoas que eventualmente cometeram pequenos delitos ou até delitos mais graves. Mas nós colocamos essa gente nas mãos das organizações criminosas que dominam os presídios."

"Na verdade, nós estamos dando mais massa de manobra. Nós estamos dando mais 'recursos humanos', chamemos, assim, entre aspas, para essas organizações", disse.

Fonte: Uol