Como proibição de TV 8K na União Europeia pode travar mercado no Brasil

23 de Maio 2023 - 12h38
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A venda de TVs 8K está proibida na União Europeia desde 1º de março de 2023. A medida deve redesenhar o mercado das gigantes de eletroeletrônicos. E isso pode afetar parcialmente a disponibilidade do produto no Brasil.

Apesar de a determinação ser impositiva apenas aos países que fazem parte do bloco, outros lugares podem sofrer com o desaquecimento da produção de televisores 8K em razão de a fabricação ser padronizada em escala global para reduzir os custos de produção às empresas.

O regulamento que proíbe a venda de TV 8K na União Europeia foi anunciado em outubro do ano passado.

Ele é parte de uma política de consumo sustentável da região, além de ser uma estratégia para lidar com a crise energética por lá. TVs 8K consomem mais energia do que modelos com tecnologias anteriores.

O que a União Europeia mudou foi a "etiqueta energética". O nível máximo de consumo de energia para todas as TVs deve ser agora até 90W (das TVs 4K). Modelos 8K chegam a consumir 190W.

Agora os eletroeletrônicos devem conter um código QR Code que irá direcionar o consumidor para informações sobre quanto aquele aparelho gasta de energia, a partir dos novos limites estabelecidos. Como comparação, no Brasil, a referência para o consumidor é o selo da Procel, que vai da faixa A (mais econômico) a G (menos econômico).

A 8K Association, entidade que representa as gigantes dos eletroeletrônicos que fabricam aparelhos em 8K no mundo, afirma que a quantidade de watts permitida pela União Europeia inviabiliza a produção de televisores 8K para o continente porque as características dos aparelhos fazem ultrapassar esse limite.

"Isso terá um efeito muito assustador em todos que trabalham para desenvolver o ecossistema 8K", afirmou a 8K Association, em comunicado. Nenhuma TV 8K atual pode atender a esse nível de eficiência de energia determinado pela UE, completou a entidade. Ou seja, os equipamentos precisariam ser adequados para a comercialização.

José Gabriel Gomes, professor do departamento de engenharia eletrônica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), concorda. Ele afirma que o mercado brasileiro deve ser afetado parcialmente com a redução de oferta de modelos de TVs 8K.

"A TCL e a LG têm um ou dois modelos em comercialização no Brasil. A Samsung, por sua vez, deve manter os lançamentos previstos em 8K no Brasil, por ter capacidade para se adaptar às circunstâncias novas", diz.

Com informações de Tilt - UOL