Bolsonaro diz que pode nomear Eduardo ministro ser ele for barrado pelo Senado

05 de Agosto 2019 - 08h06
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Jair Bolsonaro transformou a nomeação de seu filho Eduardo para a embaixada brasileira em Washington numa ação de chantagem contra o Senado. Ele ameaçou o Senado e o país, se o nome de seu filho for barrado: "Sim, o Senado pode barrar, sim. Mas imagine que no dia seguinte eu demita o (ministro de Relações Exteriores) Ernesto Araújo e coloque meu filho. Ele não vai ser embaixador, ele vai comandar 200 embaixadores e agregados mundo afora. Alguém vai tirar meu filho de lá? Hipocrisia de vocês” - foi o que falou neste domingo a jornalistas ao deixar o Palácio do Alvorada para participar de um culto evangélico em Brasília.

Antes, em 18 de julho, Bolsonaro havia acenado com esta verdadeira retaliação hipotética, em tom de insinuação. Neste domingo, ele foi explícito, mas manteve o jogo dúbio. Questionado se pretende mesmo nomear Eduardo ministro no caso de reprovação do seu nome para embaixador, Bolsonaro disse que não trabalha com essa hipótese. “Não vou fazer isso”. 

Na mesma entrevista, Bolsonaro voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) que tem sido um alvo seu nos últimos dias. Ele criticou ainda a decisão do STF que proibiu o nepotismo na administração pública: “O STF decidiu sobre nepotismo e sobre tipificar homofobia como racismo. Acho que quem tem que decidir sobre essas coisas é o Poder Legislativo. Teve um parlamentar contra o nepotismo que foi pego na Lava Jato. Tem nada a ver parente”.

E disse ainda que a indicação de um filho eleito para um cargo não seria nepotismo. “Tem ministro com toda certeza que tem parente empregado, com DAS (função comissionada), e daí?”, questionou. “Que mania de que tudo que é parente de político não presta. Tenho um filho que está para ir para os EUA e foi elogiado pelo presidente norte-americano Donald Trump. Vocês massacraram meu filho: fritador de hambúrguer”, acrescentou.