
Assim que "Tieta" entrou no Globoplay, no último dia 8, foi parar nos trending topics do Twitter. A novela (de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn) também foi o conteúdo on demand mais consumido da plataforma de streaming na semana passada. Betty Faria, intérprete da personagem que simboliza a luta feminina por liberdade e bota abaixo preconceitos, falsos moralismos e diferenças de cor e de gênero, arrisca uma explicação sobre o sucesso do folhetim mais de 30 anos depois de seu lançamento, em 1989.
— "Tieta" continua atualíssima — diz a atriz. — Além de mostrar que só o amor constrói, traz solidariedade, união, tudo que o Brasil está precisando lembrar. É um alento para o coração.
Aos 79 anos, que completou em maio, durante a quarentena, Betty passa o isolamento em seu apartamento no Leblon. Tem como companhia a neta Giulia, 17 anos, e da cadela Madalena. Ativa nas redes sociais, tem feito lives e compartilhado memes de Tieta. Também usa o tempo para rever filmes da sua vasta coleção de DVDs. Entre eles, o que a fez decidir ser atriz: "La strada", de Federico Fellini ("tinha 15 anos e saí do cinema com a certeza de que faria isso da vida").
Com 24 longas no currículo (além de 43 novelas, cinco minisséries e 14 peças de teatro), ela rodaria "A dama" com Cacá Diegues, que a dirigiu em "Bye, bye, Brasil" (1980), no ano passado. Mas o projeto não foi adiante. Nesta entrevista, feita por Zoom, Betty lamenta a atual situação "empacada" do cinema brasileiro, conta que sonha interpretar a mãe de um transexual e diz que, depois de uma vida de curtição, tornou-se "uma velhinha careta".
O Globo