Após Moraes estipular multa, deputado diz que usará tornozeleira

31 de Março 2022 - 03h39
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O deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) afirmou, em entrevista à Jovem Pan News, que irá colocar a tornozeleira eletrônica após nova decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que estabeleceu uma multa diária de R$ 15 mil e mandou bloquear as contas bancárias do parlamentar como garantia do pagamento da penalidade.

"[A nova decisão de Moraes] é de uma pessoa fraca, frustrada, que não tem nenhum tipo de expediente para vencer a batalha dentro da Constituição. Ele pode não gostar, mas não foi ele quem escreveu. A questão é: quando ele faz o sequestro de bens, tenta bloquear a conta, [estabelece multa de] R$ 15 mil por dia...se vai atingir a minha família, eu não vou mais me submeter a isso", disse Daniel Silveira, em entrevista à Jovem Pan News.

"Eu não tenho respeito do mandato, não tenho o respeito do Judiciário, através do Alexandre de Moraes, para com o Legislativo. Então, esse respeito... você vê que ele não tem limite não. É um trem desembestado. Me parece que é um abestado também. Então, fica lá, banca com a toga dele e desrespeita a todos os deputados. Acelera processos, age de forma ideológica, tem a perseguição política, pressiona a deputados, e tudo fica por isso. Quer dizer, o país ruindo e algumas pessoas aplaudindo", completou, em seguida.

Além de multa e bloqueio de contas, Moraes determinou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL), decida data e local para que Silveira coloque a tornozeleira, e ainda abriu um novo inquérito contra o deputado pelo crime de desobediência, com pena de três meses a dois anos ou multa previstos no Código Penal.

O ministro criticou a postura de Silveira no episódio. 
"Estranha e esdrúxula situação, onde o réu utiliza-se da Câmara dos Deputados para esconder-se da Polícia e da Justiça, ofendendo a própria dignidade do Parlamento, ao tratá-lo como covil de réus foragidos da Justiça", disse Alexandre de Moraes.

Moraes não apenas criticou a postura de Silveira, mas também ironizou a escolha do deputado de se confinar em um espaço fechado para reivindicar liberdade. 

"Não só estranha e esdrúxula situação, mas também de duvidosa inteligência a opção do réu, pois o mesmo terminou por cercear sua liberdade aos limites arquitetônicos da Câmara dos Deputados, situação muito mais drástica do que àquela prevista em decisão judicial", disse o ministro.

Com informações de UOL