Alimentos isolados não previnem contágio do coronavírus, alerta nutricionista

20 de Março 2020 - 06h00
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Em tempos de crise, com o avanço da propagação do COVID-19 (coronavírus), infelizmente ainda há aqueles que se aproveitam da situação de preocupação e consternação para divulgar notícias falsas. Dentre elas, curas milagrosas contra a infecção do vírus com a utilização de chás, sucos, shots, suplementos e até infusão endovenosa de nutrientes. Rodrigo Rüegg, professor de Nutrição da Estácio Natal, unidade Ponta Negra, alerta: “não temos evidências científicas que comprovem a eficácia de tais procedimentos, nem mesmo que a ingestão de alimentos de forma isolada possam prevenir, tratar e curar a infecção por coronavírus”, explica.

A limpeza constante das mãos com o uso do álcool em gel, a diminuição do contato físico, o isolamento, são algumas das medidas preventivas indicadas pelo Ministério da Saúde que estão sendo constantemente difundidas para a população. Segundo o professor, estas sim são atitudes que devem ser seguidas à risca. Quanto ao fortalecimento do sistema imunológico, Rodrigo explica que isto não acontece de uma hora para outra com ações isoladas. “Não existe este ‘up’, ‘boost’, ‘deixar mais forte’ o sistema imunológico. Nosso corpo não é capaz de ficar em um estado suprafisiológico. O que devemos ter em mente é que a nutrição vai atuar para prevenir o enfraquecimento do sistema imunológico e regular sua manutenção”, frisa.

De acordo com o nutricionista, mais do que investir em alimentos isolados, é preciso ter uma constante alimentação saudável. “Para isso, é necessário um plano alimentar individual que considere o diagnóstico nutricional e a individualidade biológica. Em uma recomendação geral, algumas das indicações é que se prefira ao máximo alimentos in natura (frutas e verduras), evitando os processados e ultraprocessados (alimentos industrializados)”, orienta. Uma sugestão do professor é fazer a leitura do ‘Guia Alimentar para a População Brasileira’ que possui diversas recomendações alimentares específicas aos brasileiros.

Ao perceber os sintomas, ou estar convivendo com alguém suspeito da infecção, o nutricionista orienta que “execute as medidas preventivas indicadas pelo Ministério da Saúde; fuja de promessas milagrosas; tenha cuidado com as fake news; busque sempre fontes de informações confiáveis; e procure um nutricionista assim que possível”, expõe.