Trump anuncia envio de 2.000 homens da Guarda Nacional para conter protestos

08 de Junho 2025 - 10h38
Créditos: Reprodução TV Globo

O governo do presidente Donald Trump anunciou que mobilizaria 2.000 soldados da Guarda Nacional neste sábado, enquanto agentes federais enfrentavam manifestantes em Los Angeles pelo segundo dia consecutivo, após operações de imigração.

Os agentes de segurança confrontaram cerca de 100 manifestantes na região de Paramount, no sudeste de Los Angeles, onde alguns exibiam bandeiras do México e outros cobriam a boca com máscaras respiratórias.

O responsável pela fronteira no governo Trump, Tom Homan, disse à Fox News que a Guarda Nacional seria enviada a Los Angeles na noite de sábado.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, classificou a decisão como "deliberadamente inflamatória".

"Se o governador Gavin Newscum, da Califórnia, e a prefeita Karen Bass, de Los Angeles, não conseguem fazer seu trabalho, e todos sabem que não conseguem, então o governo federal vai intervir e resolver o problema, MOTINS E SAQUEADORES, da forma como deve ser resolvido!!!", postou Trump na plataforma Truth Social.

No fim da tarde, as autoridades começaram a deter alguns manifestantes, segundo testemunhas da Reuters. Não havia informações oficiais imediatas sobre prisões.

Imagens em vídeo mostraram dezenas de agentes de segurança com uniformes verdes e máscaras de gás alinhados em uma rua coberta por carrinhos de compras virados, enquanto pequenos cilindros explodiam em nuvens de gás.

"Agora eles sabem que não podem ir a qualquer lugar deste país onde nosso povo esteja e tentar sequestrar nossos trabalhadores, nosso povo — eles não podem fazer isso sem uma resistência organizada e feroz", disse o manifestante Ron Gochez, de 44 anos.

A primeira onda de protestos começou na noite de sexta-feira, após agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) realizarem operações na cidade e prenderem ao menos 44 pessoas por supostas violações de imigração.

Stephen Miller, linha-dura da imigração e vice-chefe de gabinete da Casa Branca, escreveu no X que os protestos de sexta foram "uma insurreição contra as leis e a soberania dos Estados Unidos". No sábado, ele classificou os protestos do dia como uma "insurreição violenta".

REPRESSÃO À IMIGRAÇÃO

O Departamento de Segurança Interna (DHS) afirmou, em nota sobre os protestos de sexta-feira, que "1.000 manifestantes cercaram um prédio federal da lei e agrediram agentes do ICE, furaram pneus, picharam edifícios e depredaram bens públicos custeados pelos contribuintes".

A Reuters não conseguiu verificar as alegações do DHS. Angelica Salas, diretora executiva da organização de direitos dos imigrantes Chirla, disse que advogados não conseguiram acesso às pessoas detidas na sexta-feira, o que ela classificou como "muito preocupante".

Trump prometeu deportar um número recorde de pessoas em situação irregular no país e fechar a fronteira dos EUA com o México, com a Casa Branca estabelecendo como meta que o ICE prenda pelo menos 3.000 imigrantes por dia.

Mas a repressão abrangente também atingiu pessoas com residência legal no país, inclusive algumas com residência permanente, e tem motivado contestações judiciais.

A prefeita democrata de Los Angeles, Karen Bass, condenou as operações de imigração.

"Estou profundamente indignada com o que ocorreu", disse Bass em nota. "Essas táticas semeiam o terror em nossas comunidades e comprometem princípios básicos de segurança em nossa cidade. Não aceitaremos isso."

Com informações de Folha de São Paulo

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