
Ministros do STF e advogados ligados à ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado avaliam que a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro se agravou após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A informação é do repórter Wilson Lima, de O Antagonista.
Segundo apuração, há no STF a convicção de que o deputado Eduardo Bolsonaro tem atuado para interferir no julgamento do pai. Nesta quarta-feira (9), veio a público uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, datada de 1º de julho, cobrando providências da PGR por novas manifestações de Eduardo contra o Supremo. Moraes afirmou que o deputado “permanece praticando condutas com o objetivo de interferir e embaraçar o regular andamento da AP 2.668/DF”.
Nos bastidores, ministros avaliam que Eduardo tem usado redes sociais e contatos nos EUA para pressionar o andamento da ação penal. Ele não é réu, mas é investigado por sua atuação no exterior, inclusive em conjunto com um dos réus do processo.
Outro ponto sensível é a doação de R$ 2 milhões feita por Bolsonaro ao filho. Embora legal, o repasse é interpretado por advogados como possível indício de financiamento de ações para desestabilizar instituições, o que poderia ser associado a uma continuidade dos atos de 8 de janeiro.
Há ministros que já defendem medidas cautelares contra Jair Bolsonaro nesta fase final do processo.