
A tradicional “Lua do Veado”, nome dado à Lua cheia do mês de julho, acontece nesta quinta-feira (10) e é aguardada por fotógrafos e apaixonados por astronomia. O fenômeno ocorre quando a Lua está oposta ao Sol, aparecendo totalmente iluminada no céu.
O nome vem de uma tradição norte-americana de batizar cada Lua cheia com referências sazonais. Em julho, os cervos nos Estados Unidos começam a desenvolver seus chifres, dando origem ao apelido. No entanto, a troca de galhadas não tem relação direta com o ciclo lunar — nas espécies brasileiras, por exemplo, os chifres duram mais de um ano.
O uso do nome, porém, divide opiniões no meio científico. Para a Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), trata-se apenas de uma Lua cheia comum, sem qualquer característica especial. “Criar esse tipo de nome gera a falsa expectativa de um evento extraordinário”, explica o presidente da SAB, Helio Jaques Rocha Pinto.
Astrônomos reforçam que o apelido não tem ligação com o Hemisfério Sul. “É um costume cultural e local. No Brasil, chamamos apenas de Lua cheia de julho”, afirma Paulo Eduardo Brito, professor de astronomia da UnB.
Além da “Lua do Veado”, esse mesmo fenômeno é conhecido por outros nomes em diferentes culturas:
Lua do Trovão, por causa das tempestades no verão do Hemisfério Norte;
Lua do Salmão, para os nativos do Alasca;
Lua do Feno, na Europa;
E Lua Cheia do Guru, para hindus e budistas, como símbolo de purificação espiritual.
No Brasil, a Lua cheia poderá ser observada alta no céu. Já no Hemisfério Norte, ela tende a se manter mais baixa, mesmo à meia-noite.