Juiz torna réus acusados por latrocínio contra ciclista Vitor Medrado: 'Mataram a vítima como quem espreme uma formiga'

19 de Maio 2025 - 13h22
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A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou réus por latrocínio (roubo seguido de morte) qualificado por motivo fútil, os dois acusados de roubar e matar o ciclista Vitor Medrado perto do Parque do Povo, no Itaim Bibi, em São Paulo. A decisão é da última sexta-feira (16).

O caso, ocorrido em 13 de fevereiro, repercutiu nas redes sociais e a na imprensa. A vítima foi baleada antes mesmo de entender o que estava acontecendo. Uma câmera de segurança mostrou que a abordagem dos assaltantes, que estavam em uma moto, levou poucos segundos. Medrado nem chegou a reagir (veja no vídeo acima.)

"O caso provoca perplexidade intensa diante da conduta aparentemente adotada pelos acusados. Mataram a vítima como quem espreme uma formiga com seu dedo polegar. Não há o menor laivo indicativo de sentimento de humanidade perante um semelhante. Nada", escreveu o juiz Marcus Alexandre Manhães Bastos, da 30ª Vara Criminal, do Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste.

O ciclista era personal trainer e olhava o celular enquanto aguardava uma aluna. Os assaltantes fugiram com o telefone dele.

A Justiça também concordou com o pedido da Promotoria para mantê-los presos preventivamente durante o processo.

"Assinale-se que se cuida de acusados que revelam, em tese e diante dos elementos dos autos, periculosidade acentuada, a determinar a percepção da necessidade de resguardo da ordem pública. Ao menos em tese, há possibilidade de que se cuide de pessoas voltadas à prática de crimes gravíssimos, de latrocínio, em contexto de extremada crueldade, revelando, insista-se, ao menos em tese, a mais absoluta incapacidade de respeito ou consideração pela vida humana. Ao que parece, pouco se lhes dá se tal ou qual pessoa vai viver ou morrer", escreveu o magistrado.

De acordo com a acusação, Jeferson de Souza Jesus, o "Gordo de Paraisópolis", pilotava a moto usada no latrocínio. Erik Benedito Veríssimo, o garupa, estava armado e atirou no pescoço da vítima. Depois, pegou o telefone que ela deixou cair no chão.

A Polícia Civil identificou os dois acusados após analisar imagens das câmeras de monitoramento espalhadas pela cidade. Elas indicaram o caminho que os criminosos fizeram até Paraisópolis, comunidade da Zona Sul.

Na denúncia, o promotor Carlos Roberto Conserino ainda sugeriu que os familiares da vítima recebam 350 salários mínimos, algo em torno de R$ 530 mil, como valor para reparação de danos morais.

G1