Diretoras do Ipec e Datafolha atribuem divergência nas pesquisas a migrações de votos

04 de Outubro 2022 - 03h28
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As diretoras do Ipec e Datafolha atribuíram as divergências dos resultados de seus levantamentos eleitorais de sábado à possível migração de votos e à relação tensa entre os pesquisadores e os eleitores conservadores, o que pode gerar desde agressão até um viés de não-resposta aos questionários, o que é difícil de ser controlado.

A CEO do Ipec, Márcia Cavallari, afirmou que provavelmente houve uma migração de votos de parte dos indecisos e de eleitores que desistiram de votar em Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). Cavallari ressaltou que as pesquisas fornecem informações para o eleitorado tomar decisões estratégicas e antecipar a migração de voto no sentido, por exemplo, de tentar evitar uma decisão logo no primeiro turno.

Em entrevista à GloboNews, a diretora do Datafolha, Luciana Chong, negou que o chamado “voto envergonhado” tenha sido determinante para mudar os rumos da eleição deste domingo, como chegou a ser discutido nas últimas semanas. Assim como Cavallari, ela também cita a migração de votos de última hora como possível explicação para os resultados discrepantes, enfatizando ainda que estados como São Paulo tinham um alto percentual de eleitores indecisos, o que é capaz de mudar toda uma eleição.

A responsável pelo Datafolha reconhece que um ponto de atenção que está sendo monitorado pelo instituto é a relação tensa entre os pesquisadores e o eleitorado conservador. Pesquisadores de institutos que fazem sondagens de opinião pública têm enfrentado episódios de hostilidade e até agressões durante o período eleitoral.

Chong disse ainda que não se pode falar em “erro” dos institutos:

"As pesquisas são importantes. A gente não pode dizer que houve erro. A pesquisa não prevê acertar resultado, não é prognóstico, ela é feita ao longo de toda a eleição para mostrar a fotografia de cada momento", disse ela.

Com informações de O Globo