Confiança do empresário segue acima da média histórica, informa CNI

19 de Março 2020 - 10h08
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A confiança do empresário industrial caiu 4,4 pontos em março, na comparação com fevereiro, baixando para 60,3 pontos. É a segunda queda mensal apontada pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Mesmo assim o indicador permanece acima da média histórica de 53,8 pontos. A coleta de dados ocorreu entre 2 e 11 de março com a participação de 2.420 empresas em todo o Brasil. O índice varia de 0 a 100 e valores acima de 50 pontos são considerados positivos.

No entanto, desde janeiro de 2010, quando o ICEI passou a ser medido mensalmente, o índice só havia recuado mais de quatro pontos entre um mês e outro em três momentos críticos para a economia brasileira. Ocorreu pela primeira vez em julho de 2013, após as manifestações populares daquele ano, em fevereiro de 2015, no início da crise econômica, e em junho de 2018 foi pressionado pela paralisação dos caminhoneiros.

 

“É importante observar que o índice permanece distante da linha divisória dos 50 pontos, o que ainda mostra a confiança dos empresários. Essa queda de 4,4 pontos foi muito elevada e, historicamente, só vimos essas grandes variações em épocas de crise. Por isso, diante do quadro atual, não é uma surpresa”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.

 

Segundo Abijaodi, é urgente que o governo federal e o Congresso Nacional atuem em conjunto para implementar as medidas emergenciais e as reformas necessárias para que os efeitos da pandemia no desenvolvimento econômico e social do país sejam reduzidos e que o Brasil volte a crescer.

 

COMPONENTES DA CONFIANÇA – Os dois índices que compõem o ICEI são: Condições Atuais e Expectativas. Os dois são calculados a partir da avaliação que o empresário tem em relação à empresa e à economia. O índice de Condições Atuais ficou em 54,3 pontos, enquanto o de Expectativas ficou em 63,3 pontos.

 

“A confiança se reduziu em março tanto pela piora na avaliação das condições atuais como pela queda no otimismo futuro. Destaca-se que a avaliação da economia brasileira, tanto presente quanto futura, piorou mais intensamente que a avaliação relativa à própria empresa”, diz o economista da CNI,  Marcelo Azevedo.