Casos de dengue disparam e cresce a procura por atendimento em Natal

22 de Março 2024 - 09h51
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Com a chegada do período sazonal da gripe e das arboviroses, por volta de março a junho, as unidades de saúde em Natal têm registrado uma alta estimada de até 40% neste período em comparação com os meses fora deste intervalo. Durante essa época é comum que as unidades de saúde fiquem cheias de pacientes com sintomas gripais. Atualmente, a suspeita de dengue é a principal queixa de quem procura atendimento na capital potiguar. De janeiro a 20 de março, a capital registrou 2.498 casos prováveis de dengue, um aumento de 239,4% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado, segundo o Ministério da Saúde.

De maneira geral, as pessoas buscam as unidades com dores de cabeça e no corpo, febre e diarreia. A diretora da Unidade Básica de Saúde (UBS) Pedra do Sino, Juliane Silva, diz que a busca tem crescido significativamente. “A gente estima que seja por volta de 40% o aumento da procura. O pessoal procura bastante aqui, embora a busca seja muito maior na UPA Potengi porque às vezes a pessoa acha que não tratamos aqui, mas fazemos todo o acolhimento sim. Muitas pessoas estão nos procurando com dores, diarreia, febre”, afirma.

A gestora acrescenta que o cenário reforça a necessidade de prevenção, tanto para a dengue quanto para síndromes respiratórias. 

Em todo o Estado, os números da dengue também são alarmantes. O aumento registrado neste ano, no comparativo com o primeiro trimestre de 2023, foi de 257,9%: subiu de 2.208 para 7.903 casos prováveis da doença. A crise sanitária é nacional. Na última segunda-feira (18), o Brasil bateu recorde histórico de casos de dengue ao ultrapassar 1,8 milhão de casos da doença neste ano. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do MS.

Vacina da dengue tem baixa procura
O Rio Grande do Norte aplicou cerca de 20 mil doses das 45 mil doses que recebeu da primeira remessa enviada pelo Ministério da Saúde, de acordo com acompanhamento da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). A adesão é considerada baixa e os agentes da área reforçam o apelo para aplicar as vacinas.

Há preocupação quanto à validade dos imunizantes, que expira em 40 dias, no dia 30 de abril. No entanto, a Sesap está confiante que todas as doses serão aplicadas até lá. “O lote vence daqui mais ou menos 40 dias. O Estado está monitorando a situação, mas até o momento não há um risco iminente de perder doses, na avaliação do setor técnico. Para isso, estão trabalhando junto aos municípios que seguem com procura baixa, traçando estratégias para ampliar o percentual. Temos municípios que já zeraram o estoque, como Apodi”, afirmou a pasta em comunicado.

Estão sendo vacinadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalização por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023, depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

Quem pode se vacinar
Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
Trabalhador da saúde
Gestantes
Puérperas
Professores do ensino básico e superior
Povos indígenas
Idosos com 60 anos ou mais
Pessoas em situação de rua
Profissionais das forças de segurança e salvamento
Profissionais das Forças Armadas
Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independentemente da idade
Pessoas com deficiência permanente
Caminhoneiros
Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso
Trabalhadores portuários
População privada de liberdade e funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas.

Crianças que vão receber o imunizante pela primeira vez devem tomar duas doses, com um intervalo de 30 dias.

Com informações de Tribuna do Norte