Trump diz que ‘Brasil não está sendo bom’ para os EUA e que vai divulgar tarifa até quinta-feira (10)

09 de julho 2025 - 15h51
Créditos: Jim Watson/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (9) que pretende anunciar, entre hoje e amanhã, o envio de novas cartas a países com aumento de tarifas de importação. O Brasil foi citado diretamente e, desta vez, está entre os notificados.

“O Brasil, por exemplo, não tem sido bom conosco, nada bom”, disse Trump a repórteres durante evento com líderes da África Ocidental na Casa Branca. “Vamos divulgar um número referente ao Brasil, acho que ainda esta tarde ou amanhã de manhã.”

Trump iniciou a segunda rodada de notificações tarifárias nesta quarta. As novas tarifas, que variam entre 25% e 40%, entram em vigor em 1º de agosto. Ao todo, 14 países foram notificados na segunda-feira e outros sete até o momento nesta nova etapa: Argélia, Brunei, Filipinas, Iraque, Líbia, Moldávia e Sri Lanka.

Segundo Trump, as taxas sobre o Brasil se baseiam em “fatos muito, muito substanciais” e em um “histórico anterior”. Abaixo, a lista de países notificados até o momento e as respectivas tarifas:

África do Sul: 30%

Argélia: 30%

Bangladesh: 35%

Bósnia e Herzegovina: 30%

Brunei: 25%

Cambodja: 36%

Cazaquistão: 25%

Coreia do Sul: 25%

Filipinas: 20%

Indonésia: 32%

Iraque: 30%

Japão: 25%

Laos: 40%

Líbia: 30%

Malásia: 25%

Myanmar: 40%

Moldávia: 25%

Sérvia: 35%

Sri Lanka: 30%

Tailândia: 36%

Tunísia: 25%

Alvo no Brics e resposta do Brasil

Na terça-feira (8), Trump também ameaçou aplicar tarifas de 10% a todos os países do Brics — grupo que reúne Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita, Etiópia, Indonésia e Irã. O republicano acusou os membros do bloco de tentar enfraquecer os EUA e substituir o dólar como moeda global.

“Se eles quiserem jogar esse jogo, tudo bem, mas eu também sei jogar. Qualquer país que fizer parte do Brics terá uma tarifa de 10%, apenas por esse motivo”, declarou.

O presidente Lula (PT) reagiu, afirmando que os países do Brics são soberanos e não aceitarão imposições unilaterais dos EUA.