
Pelo menos oito pessoas passaram mal após consumir peixe em um restaurante de Natal nesta semana. Segundo a Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap), dois pacientes seguem internados, e o caso é tratado como surto. Equipes de Vigilância em Saúde e Vigilância Sanitária visitaram o estabelecimento na quarta-feira (7), coletaram amostras dos alimentos e enviaram ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) para análise.
Os episódios ocorrem menos de um mês após a Sesap orientar sobre riscos de intoxicações por pescado, incluindo ciguatera — infecção causada por toxinas produzidas por microalgas em recifes de coral. A coordenadora de Vigilância em Saúde, Diana Rêgo, ressalta que ainda não há confirmação de ciguatera nem de outra contaminação específica.
Como ocorre a intoxicação por ciguatoxinas
Microalgas (Gambierdiscus toxicus) em corais são ingeridas por peixes herbívoros.
Carnívoros consomem esses peixes, concentrando toxinas em fígado, intestinos, ovas e cabeça.
Humanos são afetados ao consumir peixe contaminado; as toxinas resistem a cozimento e congelamento.
Principais sintomas
Gastrointestinais: dores abdominais, náuseas, vômitos e diarreia (de minutos a 48 horas).
Neurológicos: inversão térmica (sensação de frio ao calor, e vice-versa), formigamento, cefaleia, fraqueza e visão turva (dias a meses).
Cardíacos: bradicardia, hipotensão ou bloqueios de condução (eventuais e transitórios).
O tratamento é de suporte: hidratação, controle dos sintomas e repouso, já que não há antídoto específico. A investigação segue em curso para determinar a causa exata do surto.