
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou investigação sobre a hipótese de a covid-19 ter tido origem em um acidente de laboratório, um ano depois de ter considerado a possibilidade "extremamente improvável".
A posição indica possível revisão da avaliação inicial sobre as origens da pandemia e ocorre depois de críticos terem acusado a OMS de descartar, ou subestimado a teoria de que o vírus pode ter tido origem no Instituto de Virologia de Wuhan, cidade do centro da China onde os primeiros casos da doença foram diagnosticados, no fim de 2019.
Muitos cientistas defenderam ser mais provável que o novo coronavírus tenha sido transmitido a humanos a partir de morcegos, possivelmente com outro animal como intermediário.
No entanto, em relatório divulgado nessa quinta-feira (9), o grupo de especialistas da OMS disse que faltam ainda "dados-chave" para apurar como a pandemia começou.
Os cientistas disseram que "permanecerão abertos a toda e qualquer evidência científica que se torne disponível no futuro, para permitir testes abrangentes de todas as hipóteses razoáveis".
O relatório pode reacender acusações de que a OMS aceitou inicialmente, sem questionar, as explicações do governo chinês, no início do surto em Wuhan.
O grupo de cientistas da OMS encarregados de investigar a origem do coronavírus disse serem necessárias várias abordagens, incluindo estudos que avaliam o papel de animais selvagens, e estudos ambientais em locais onde o vírus pode ter se alastrado pela primeira vez, como o mercado de frutos do mar de Huanan, em Wuhan.
Em março de 2021, a OMS divulgou relatório sobre as origens da covid-19, depois de uma visita de cientistas internacionais à China. O relatório concluiu que a doença provavelmente passou de morcegos para humanos, e que não havia provas que sugerissem a origem em laboratório.
No entanto, depois de críticas feitas pela comunidade científica, incluindo alguns pesquisadores da OMS, o diretor da agência reconheceu que era prematuro descartar a hipótese.
Com informações da Agência Brasil