'Só pensava que iria morrer', diz refém usado como escudo em assalto durante noite de terror

31 de Agosto 2021 - 03h30
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Usado de escudo humano por uma quadrilha que atacou três agências bancárias em Araçatuba, no interior de São Paulo, um refém disse ter sido bordado pelos criminosos quando voltava de moto de uma festa.

UOL preferiu não vai identificar a vítima a pedido da polícia e do entrevistado, por medo de possíveis retaliações.

Ele contou que passava por uma rua próxima ao centro da cidade quando um criminoso armado com um fuzil fez com que ele descesse da moto e colocasse as mãos na cabeça.

Eu tinha ido levar um amigo embora e, quando voltava, ouvi uns barulhos, mas achei que eram fogos de artifício. De repente um homem me puxou da moto e mandou eu parar. Pensei que era uma blitz policial, mas depois vi que se tratava de assaltantes.
Refém do ataque a bancos em Araçatuba (SP)

Durante cerca de duas horas, ele e pelo menos mais dez pessoas ficaram sob o poder dos assaltantes. Havia homens, em sua maioria, e ao menos três mulheres. Os bandidos também cercaram bases da Polícia Militar e viaturas.

"As mulheres foram tratadas com um pouco de respeito, mas com os homens eles eram bastante agressivos", diz o refém.

Quando viram algum morador olhando pela janela do prédio, eles atiravam contra eles e na direção das vitrines de vidro das lojas para nos assustar e vermos que eles não estavam ali para brincar.
Refém do ataque a bancos em Araçatuba (SP)

Depois de explodirem três agências bancárias, os bandidos reuniram os reféns e os usaram como escudo humano para deixar o local.

Eles mandaram a gente ligar para a polícia para avisar que estávamos sendo usados como escudo, para eles não fazerem nada porque iriam nos matar. Foram momentos de pânico, a única coisa que eu pensava é que iria morrer.
Refém do ataque a bancos em Araçatuba (SP)

Além dos escudos humanos, alguns homens tiveram se pendurar nos capôs e tetos dos carros dos bandidos durante a fuga para assegurar que a polícia não atiraria contra eles.

"Meu filho está em choque. Ele precisou ser medicado, porque estava muito agitado. Ele foi obrigado a ficar em cima do capô do carro e se segurar com as mãos apenas. Por pouco, não caiu e morreu", disse a mãe de um dos reféns.

Fonte: Uol