Secretaria de Saúde prepara protocolo contra varíola dos macacos no RN

27 de julho 2022 - 08h26
Créditos:


Diante da emergência de saúde global por causa da varíola dos macacos (monkeypox) decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Secretaria de Estado do Rio Grande do Norte (Sesap) montou um fluxo de atendimento para eventuais novos casos da doença. Embora não existam leitos vazios destinados exclusivamente para a varíola dos macacos, a pasta orientou os profissionais das duas unidades referências para doenças infectocontagiosas: o Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, e o Hospital Rafael Fernandes, em Mossoró.

“Desde a nossa primeira reunião de organização da rede do Rio Grande do Norte em relação à vigilância da monkeypox, nós conversamos com os dois hospitais de referência, já prevendo a possibilidade de precisar de um leito. Não existe um leito disponível para, mas existe um fluxo já pensado para se houver a necessidade, esse paciente vai ter direito a um leito e ao isolamento”, detalha a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap, Diana Rêgo.

Com duas confirmações no Rio Grande do Norte e nenhum caso suspeito, o quadro da varíola dos macacos é considerado estável, o que não exclui o estado de alerta e vigilância, diz a Sesap. 

“Elaboramos um plano de ação para orientar os serviços de saúde do estado sobre a necessidade de implementar medidas de preparação e resposta com base na prevenção e controle da transmissão dentro desses serviços, para o alinhamento de condutas, fluxos assistenciais, exames complementares para diagnóstico e medidas de precaução e isolamento”, complementa Lyane Ramalho, secretária-adjunta da Sesap.

Por enquanto, embora já existam doses formuladas para a doença, não há perspectiva de uma campanha de vacinação contra a monkeypox no Rio Grande do Norte. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, firmou, no último sábado (23), que está negociando a compra de doses do imunizante com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), mas a ideia é vacinar apenas os profissionais da saúde que lidam diretamente com o vírus. A prioridade da Saúde deve ser o isolamento dos casos confirmados e orientações sobre a transmissão.

Os dois casos confirmados no RN ocorreram entre 1º e 9 de julho. Em comum, os dois são homens (34 e 40 anos), residentes de Natal e tinham histórico de viagem recente à Europa, com passagens por Inglaterra, Portugal e Espanha. Ambos foram atendidos no Hospital Giselda Trigueiro, sem maior gravidade, e orientados a fazer o isolamento domiciliar, que neste caso pode se estender até 21 dias.

Conforme nota técnica da Sesap, os potiguares que apresentarem sintomas e suspeitarem da infecção devem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para indicar suas condições. A partir disso, as equipes irão examinar o quadro clínico do paciente, além de verificar o histórico de viagem ou vínculo epidemiológico com pessoas que passaram por países que tenham casos confirmados. Se o caso for classificado como “suspeito”, cabe ao Laboratório Central do Rio Grande do Norte (Lacen-RN) fazer a coleta do material biológico do paciente para confirmar ou descartar a suspeita.

Ainda segundo o documento da Sesap, a indicação para internação ocorrerá quando o paciente tiver infecções necrosantes na pele, convulsões, desidratação grave, rebaixamento do nível de consciência e desconforto respiratório. A nota orienta que as lesões na pele, principal via de transmissão, devem ser protegidas por lençol, vestimentas ou avental de manga longa.

Com informações da Tribuna do Norte