Repórter sente alívio ao ver mascote do Inter indiciado: 'Duvidaram de mim'

15 de Março 2024 - 07h08
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Em entrevista ao Fim de Papo, a repórter Gisele Kümpel, da rádio Canal Monumental, de Porto Alegre, falou sobre o indiciamento do intérprete do mascote do Inter, Gustavo Acioli Astarita, de 30 anos, pelo crime de importunação sexual. O fato ocorreu no último Gre-Nal.

Gisele se disse aliviada com a conclusão do inquérito policial, mas revelou ter sido muito atacada nas redes sociais após a denúncia. Ela contou que foi chamada de mentirosa e que chegou a duvidar de si mesma.

'Fui muito agredida verbalmente nas redes sociais': "Essa pauta é séria e tem que ser debatida, os acontecimentos do último mês provam isso. Hoje, a gente teve a finalização do inquérito policial da denúncia que eu fiz no dia 25 de fevereiro, que foi o dia do GreNal, e eu confesso que estou num misto de sentimentos. Eu fui muito agredida verbalmente nas redes sociais. O mascote, o Gustavo Acioli, ele tinha o benefício da dúvida. Eu não, eu já estava sendo julgada como mentirosa. As pessoas queriam ver as imagens para absolvê-lo, ninguém queria ver as imagens para me acolher como vítima."

'Comecei a duvidar do que eu tinha sentido': "Quando eu relatei o fato no dia do Gre-Nal, olha como isso é muito sério, eu coloquei no B.O. que ele tinha me beijado, que eu tinha ouvido o estalo do beijo e que eu tinha sentido no meu pescoço inclusive o suor dele. Eu senti aquilo ali, foi o que me impactou. Não sei se foi com a máscara levantada, se na hora do pulo levantou, mas eu senti e relatei o que tinha acontecido. E aí eu comecei a receber muitas mensagens, com muitos questionamentos, que era impossível ele levantar a máscara, que era impossível eu ter sentido o beijo dele, que eu estava mentindo. E ali comecei a duvidar do que eu tinha sentido, vejam bem, será que foi só um abraço? Eu comecei a dar uma atenuada nessa fala porque eu já não lembrava mais, a gente tem um apagão".

'Ele admitiu para a delegada que me beijou': "Ao longo do dia, veio à tona o depoimento dele e a delegada falou que ele admitiu que me beijou, que a máscara fica acima da boca, ou seja, que a boca dele fica no queixo da máscara do boneco. Eu não estava louca, eu senti o beijo, eu ouvi o beijo acontecendo e ele relatou. É super importante a gente entender o que acontece na nossa mente porque eu não tinha noção de que realmente eu estava tão certa daquilo, porque as pessoas começaram a fazer eu acreditar que era impossível ele me beijar porque ele estava de máscara. Mas a máscara tem uma tela muito fina e a boca dele fica no queixo da máscara, para ele poder falar com as pessoas. Então, aconteceu mesmo o que eu senti, isso é muito sério porque mexem até com o nosso psicológico quando a gente faz a denúncia".

Com informações de UOL