A região do Vale do Ambroz, na comunidade autônoma espanhola de Extremadura, anunciou no final de agosto que pagará até 15 mil euros — ou pouco mais de R$ 93 mil — para nômades digitais se mudarem para lá por, pelo menos, dois anos.
O programa, chamado "Vive en Ambroz", busca amenizar o problema de baixa população desta área charmosa, mas considerada rural com suas florestas e paisagens bucólicas entre vilarejos e montanhas. Oito cidades compõem Ambroz: Abadía, Aldeanueva del Camino, Baños de Montemayor, Casas del Monte, La Garganta, Gargantilla, Hervás e Segura de Toro.
Para se ter uma ideia da serenidade preocupante do local atualmente, segundo a revista especializada Condé Nast Traveller, a capital do vale, Hervás, possui hoje apenas 3.907 moradores e é a mais populosa. Outros vilarejos da região têm muito menos, como é o caso de Segura de Toro com seus 181 residentes.
O vazio, portanto, gera carência na oferta de serviços essenciais destas áreas e quem vem de fora como nômade digital — seja de grandes metrópoles afetadas pelo excesso de turismo como Barcelona, quanto de outros países — é muito bem-vindo, especialmente por serem estes trabalhadores especializados, em sua maioria.
O "Vive en Ambroz" oferecerá até 200 prêmios — ou incentivos financeiros — para novos moradores. O dinheiro deve ser destinado para garantir "moradia disponível, terra cultivável e tudo o mais necessário para agilizar a chegada". Ao canal de notícias Euronews, as autoridades informaram que haverá um critério de distribuição: mulheres de menos de 30 anos que se mudarem para cidades com menos de 5.000 residentes receberão 10 mil euros (R$ 62 mil) na primeira parcela, enquanto os nômades digitais que não se encaixarem nesta categoria levarão oito mil euros (R$ 49,6 mil) no primeiro momento.
Depois dos dois primeiros anos obrigatórios, o primeiro grupo vai ser pago uma nova parcela de cinco mil euros (R$ 31 mil) se decidir ficar por mais um ano. O segundo grupo deverá receber quatro mil euros (R$ 24,8 mil) pelo ano adicional.
Candidatos ao programa que forem aceitos terão três meses para se registrar junto às autoridades do Vale do Ambroz para um certificado "padrón", que é um registro de residência. Após obter o documento, o novo morador terá até um mês para pedir o pagamento da primeira parcela, que será transferida de uma vez.
Com informações do UOL