Presidente do PSL-RN lamenta morte de coronel e critica 'audiências de custódia'

02 de Janeiro 2020 - 06h38
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O presidente do diretório do PSL no Rio Grande do Norte, coronel-aviador Hélio Oliveira, divulgou carta aberta onde lamenta a morte do Coronel da reserva da PM Francildo de Souza Nunesa assassinado no dia 28 de dezembro de 2019, além de fazer crítica ao sistema de audiência de audiência de custódia que, segundo ele, têm "concedido liberdade a indivíduos inaptos a viverem em sociedade". Confira a carta na íntegra:

GRUPO RADAR-RN CARTA ABERTA AO BRASIL: O ASSASSINATO DE MAIS UM HEROI

Nesse ano que se encerrou e no alvorecer de 2020, o Estado do Rio Grande do Norte e, em particular, o Grupo RADAR-RN, enluta-se pelo brutal assassinato do Coronel da reserva da PM Francildo de Souza Nunes – Presidente do citado Grupo, vitimado pela ação de criminosos que, apesar de seus maus antecedentes, haviam sido liberados pela justiça, mediante a tão propalada audiência de custódia. Nosso “Presidente RADAR”, assassinado no dia 28 de dezembro de 2019, estava apenas, como todos nós, tentando viver o ambiente de Natal e Ano Novo, fazendo compras de fim de ano com a esposa.

Mas o luto que nos toma nesses dias é a comemoração de alguns desalmados e pervertidos do bairro de Mãe Luiza. Lá, a festa foi tomada por fogos quando souberam que um de seus calhordas assassinos havia conseguido seu intento em ceifar mais uma vida. Nesta carta de repúdio às condições de segurança em que vivemos, não cabe dar destaque aos nomes dos assassinos. Cabe sim, destacar que o Coronel Nunes, comprovadamente, com sua experiência de mais de trinta anos de dedicação à corporação da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, esteve no controle das ações (até onde pode), para que nenhum cidadão de bem se machucasse. Infelizmente, foi identificado como estando “armado” e... “Meu pai morreu lutando”. Essas foram as palavras do soldado Nunes – filho do nosso herói. As imagens que correram o país falam por si só.

O fato que nos corroe a alma é ter certeza de que o Nunes foi mais uma vítima da liberação irresponsável de delinquentes perigosos em audiências de custódia, a qual, por reiteradas vezes, tem concedido liberdade a indivíduos inaptos a viverem em sociedade. Será que a lógica não está invertida? Por que se preocuparem com VAGAS NOS PRESÍDIOS, quando o real problema é a impunidade evidente que acelera, na conduta dos bandidos, a plena sensação de que são intocáveis? Não está mais na hora de continuarmos pensando no instituto da audiência de custódia. Está na hora de pensarmos na sociedade que sofre pelo aumento crescente daqueles que se beneficiam dela e não a merecem! Segundo levantamento feito pelo Conselho Nacional de Justiça, o RN é o segundo estado do Nordeste que mais solta presos em audiência de custódia. Isso é justiça ou ideologia? A audiência de custódia precisa sofrer urgentemente uma reflexão fria e profissional...e não ideológica. Outra questão importante a ser analisada é a real utilidade das tornozeleiras eletrônicas. Elas impedem os crimes? A resposta é óbvia! NÃO! Só servem para localizar os que teimam em se delinquir. Pelo menos servem para tal. E lá se foi mais um cidadão do bem - o Coronel Nunes.

É a estatística dos latrocínios que se flagela e se enfraquece diante da renomada insegurança jurídica brasileira. Porque perdemos mais um “Coronel Nunes”, o Grupo RADAR-RN ratifica sua posição forte em apoio as ações patrióticas do Ministro Sérgio Moro. As ações do legislativo brasileiro em abrandar drasticamente o projeto anticrime nos faz ter certeza de que “a guerra é Santa”, e que as eleições vindouras continuarão precisando de todos nós para a necessária depuração de caráter e honestidade dos “eleitos”.

Ministro Sérgio Moro, por favor, continue perseverando no caminho do endurecimento das penas para os seres humanos que não querem ser cidadãos. Ajudenos a fugir do processo de inversão de valores pelo qual estamos subordinados, onde o cidadão de bem – cumpridor de deveres e pagador de impostos – vive preso por seus medos naturais ao extinto de sobrevivência. Que deixemos de “superproteger” os assassinos. As famílias dos diversos “Coroneis Nunes” nunca serão contactadas pelas entidades governamentais para os pêsames. É preciso dar um basta nesse estado de coisas inconstitucional! É preciso instituir legalmente no Brasil o garantismo integral, que, antes de mais nada, preocupa-se com os direitos dos realmente humanos, e não apenas dos réus – nossos potenciais algozes. Saiba a sociedade brasileira que o Grupo RADAR-RN continuará praticando críticas responsáveis aos que só prometem, mas não fazem acontecer os desejos e vontades dos homens e mulheres de bem. O Brasil vai melhorar! O Brasil TEM que melhorar!