Partido de Maduro vence eleições legislativas com 69% de abstenção

07 de Dezembro 2020 - 05h45
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O chavismo retornou ao controle da Assembleia Nacional da Venezuela neste domingo (6). O partido de Maduro venceu eleição legislativa boicotada por quase toda a oposição e que tev abstenção de 69% dos eleitores, segundo agências de notícias.

De acordo com a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Indira Alfonzo, a aliança do Grande Pólo Patriótico (CPP), que apoia Nicolás Maduro, conseguiu 67,7% dos votos apurados em um boletim inicial e os opositores que particiaram tiveram 18%.

O CNE aponta que o comparecimento às urnas foi de 31% do eleitorado, ou seja: aproximadamente 5,2 milhões de eleitores votaram.

Hoje liderada por Juan Guaidó, a Assembleia Nacional, é o único poder não comandado por aliados de Maduro. Porém, desde 2017 a Casa praticamente está sem poderes, pois o foi declarada em desacato pelo Supremo Tribunal, que anulou todas as suas decisões.

Foram criadas mais 110 vagas pelo CNE, o que elevou a 277 a quantidade de deputados a serem eleitos. A posse está prevista para 5 janeiro do próximo ano,

Os candidatos à Assembleia Nacional são eleitos por dois sistemas: voto nominal e por lista.

A maioria da oposição, liderada por Guaidó, não participou dessas eleições, sob acusação de fraudes iriam ocorrer.

Entre os motivos que fizeram a oposição abandonar a votação foi a escolha dos membros do CNE: os nomes deveriam passar pelo Congresso, mas não foi o que ocorreu. Foram selecionadas pessoas relacionadas ao regime chavista. O regime de Maduro ainda vetou a presença de parte dos observadores internacionais independentes.

Alfonzo não detalhos quantos dos 277 assentos são de cada uma das frentes políticas.

82,35% dos votos haviam sido apurados até o começo da madrugada desta segunda-feira (7), de acordo com o CNE.

Reação do Brasil

Via rede social, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, comentou a votação. Segundo o ministro, é uma tentativa do regime de Maduro de chegar à "legitimação". "Porém o povo venezuelano rejeitou a farsa eleitoral. Com baixíssima participação, mostrou que as eleições legislativas não representam sua vontade", disse.

Fonte: G1