OMS bate martelo e define aspartame como “possivelmente cancerígeno”

14 de julho 2023 - 03h52
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Depois de semanas de discussão, a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS), e o Comitê Especializado em Aditivos Alimentícios (JECFA), da Organização de Comida e Agricultura (FAO), decidiram enquadrar o adoçante artificial aspartame no grupo 2B de cancerígenos, que inclui substâncias “possivelmente cancerígenas”.

O IARC separa os cancerígenos em quatro grupos: 1 (cancerígeno), 2A (provavelmente cancerígeno), 2B (possivelmente cancerígeno) e 3 (sem classificação sobre o risco de câncer). Junto com o aspartame, no grupo 2B, estão aloe vera, extrato de ginko biloba e gasolina, por exemplo.

Os grupos são amplos e não separam as substâncias pelo perigo de câncer, e sim pela quantidade de evidências científicas disponíveis sobre cada uma.

O aspartame é um adoçante artificial composto por dois aminoácidos, o ácido aspártico e a fenilalanina. Criado em 1965, ele é quase 200 vezes mais doce que o açúcar e, por isso, é usado em pequenas quantidades, gerando um intenso dulçor. Seu uso, porém, já foi associado até à ansiedade em estudos científicos.

O grupo considerou as evidências sobre o aspartame e a incidência de câncer, por exemplo, como “limitadas” e “não convincentes”.

“As informações sobre o aspartame indicaram que, enquanto a segurança não é uma grande preocupação nas doses utilizadas normalmente, alguns efeitos potenciais foram descritos e precisam ser investigados por mais e melhores estudos”, afirma o diretor do Departamento de Nutrição e Segurança da OMS, Francesco Branca.

A JECFA reforça que a quantidade diária considerada aceitável de aspartame é de 40 mg por quilo de peso corporal. Um indivíduo com 70kg, por exemplo, teria que tomar entre nove e 14 latas de refrigerante diet adoçado com aspartame para ultrapassar o nível considerado seguro.

O IARC e a OMS afirmam que vão continuar monitorando novos estudos sobre o aspartame e encorajam grupos de pesquisa independentes a estudar as relações entre a exposição à substância e o efeito na saúde do consumidor.

Com informações de Metrópoles